quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"O Menino do Pijama Listrado"


Realmente é uma história fantástica e comovente. Em particular sou muito passional com o assunto da segunda guerra mundial, alimento uma profunda revolta pelo que fizeram a milhares de pessoas, me sinto extremamente solidária e sensível ao sofrimento que tantos judeus viveram. O que eu considero o diferencial deste livro, é como o assunto foi abordado, simplesmente lindo. Até hoje eu só havia assistido filmes e lido livros que mostravam a dor e sofrimento dos judeus, "O Menino do Pijama Listrado" mostra o outro lado, mostra como se sentiam os alemães que não concordavam com a guerra.
Bruno não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus.Também não faz idéia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga.
Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel,um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. "O Menino do Pijama Listrado" é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.                                                                                                      
Posso resumir o livro em uma palavra: EMOCIONANTE.
Para quem se sentiu curioso, além do livro existe o filme.







Acima um trailer do filme e abaixo o filme completo.




4 perguntas curiosas sobre atração


1. Os opostos se atraem?
Do ponto de vista da biologia evolutiva, sim. Os vertebrados têm um grupo de genes chamado Complexo Principal de Histocompatibilidade (CPH), responsável pelo sistema imunológico. Um estudo realizado na Universidade do México indicou que o CPH influencia os odores corporais e que homens e, principalmente, as mulheres são atraídos por complexos diferentes dos seus. Isso evitaria a reprodução entre pessoas da mesma família e garantiria maior variedade genética, tornando os filhos mais resistentes a doenças. Quanto maior a variação de CPH, mais chance ele tem de reconhecer invasores. Mas ninguém vai ficar com um mala só por causa disso, claro.

2. Elas preferem os cafajestes?
Sim, principalmente na época da ovulação. Uma pesquisa da Universidade do Texas concluiu que nessa fase elas identificam o bonitão, fortão e pegador como bom pai e marido, capaz de produzir filhos saudáveis, cozinhar e lavar a louça. É como se os hormônios tirassem de jogo qualquer vestígio de razão e fizesse prevalecer o instinto. Fora do período fértil, os outros podem ter alguma chance.

3. Como o cérebro processa a atração sexual?
Começa do mesmo jeito que acontece quando você vê um prato de lasanha.
1. O primeiro approach é no córtex porque tudo é desencadeado com o estímulo da visão, do olfato, da audição.
2. A atividade do córtex pré-frontal também é intensa, já que existem decisões racionais a serem tomadas: se o outro agrada, se parece ser boa gente, se é uma lasanha.
3. Quando o conjunto é agradável para você, entra em ação o sistema límbico, estruturas cerebrais na região do hipotálamo e do hipocampo, nas áreas temporais. O hipotálamo e o hipocampo, modulados por neurotransmissores, são responsáveis pelas sensações agradáveis.

4. Humanos liberam feromônios para atrair parceiros?
Sim. Liberamos algumas substâncias químicas pela transpiração que permitem o reconhecimento sexual mútuo. Teoricamente, no período da ovulação, as mulheres conseguem identificar pelo odor um cara viril. E o cheiro delas seria mais forte nessa fase, para também atrair um parceiro. Mas, na prática, nossa capacidade olfativa não é tão capaz de reconhecer essas sutilezas como faziam muito bem nossos ancestrais.

Fonte: Superinteressante.

Mito ou verdade: músicas chatas grudam mais na nossa cabeça?


Praticamente todo mundo já passou por isso: ficar o dia todo com uma música na cabeça, cantando repetidamente apenas uma parte dela, odiando-a cada vez mais.
Sejam canções de rock, funk ou música clássica, é fácil ter fragmentos grudados na mente, tocando incessantemente por algum período determinado, mesmo que a música não seja do seu agrado.
Essa repetição “chiclete” é conhecida pelo termo “earworm” (algo como “verme de ouvido”), expressão utilizada pela primeira vez em 1980, em tradução literal do alemão “ohrwurm”.
Em um estudo recente da Universidade Western Washington (EUA), pesquisadores analisaram o que torna as músicas mais propensas a “grudar na nossa mente”, expondo centenas de participantes inocentes a canções populares e, em seguida, pedindo-lhes para completar várias tarefas.
Pesquisas anteriores haviam mostrado que as pessoas são capazes de recordar o primeiro verso de uma música que elas gostam, mas depois do refrão, começam a tropeçar na letra. Neste ponto, a música torna-se “incompleta” (você não “consegue” encerrá-la), e isso se torna um pensamento intrusivo.
“Chega-se ao refrão, e então você trava bem ali, e fica ‘condenado’ a esse ponto da música”, explica Ira Hyman Jr, principal autor do novo estudo.
A pesquisa descobriu que as canções se “intrometeram” nas mentes das pessoas tipicamente durante as tarefas muito difíceis, o que fez com que a mente vagasse, ou muito fáceis, o que criou uma abertura mental para pensamentos repetitivos.
Mais: a pesquisa sugere que as músicas de que gostamos, e não aquelas que desprezamos, são mais propensas a formar pensamentos intrusivos – os quais vão se “intrometer” na nossa mente quando nos deparamos com tarefas mais fáceis ou mais difíceis.
O truque para afugentar um “earworm”, segundo o Dr. Hyman, é encontrar uma tarefa envolvente que exija os componentes auditivos e verbais de sua memória de trabalho – como a leitura de um bom livro ou assistir a seu programa favorito.[NYTimes]
Espontaneamente chata
Outras pesquisas sobre o assunto já foram feitas. A Dra. Vicky Williamson, da Universidade Goldsmith (Reino Unido), por exemplo, sugere que a nossa memória processa certas músicas de uma forma que faz com que nossos cérebros sejam particularmente propensos a recuperá-las espontaneamente.
Ou seja, uma canção pode ser desencadeada em nossa mente por uma palavra encontrada nas letras, ou por sentimentos como estresse ou surpresa, que correspondem a uma memória particular que ocorreu enquanto você estava ouvindo a música. Por exemplo, ler a palavra “Delícia” em uma marca de margarina faz você lembrar da música do Michel Teló a ponto de cantá-la o dia todo.
Surpreendentemente, a Dra. Vicky descobriu que a composição da música (por exemplo, se é uma música que “pega” por ter rimas fáceis) não é especialmente importante para determinar se lembraremos dela ou não.
Mas essa habilidade de certas músicas de “surgirem” em nossas memórias de forma completamente espontânea, sem que procuremos nos lembrar dela, pode fazer com que fiquemos com canções que não gostamos, como “Rebolation”, na mente por muito tempo.
Os pesquisadores acreditam que isso acontece porque estruturas rítmicas e intervalos no timbre são parecidos nessas músicas – receita que torna mais fácil para nosso cérebro recordá-las.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

9 fatos incríveis sobre o efeito placebo


O efeito placebo é um dos fenômenos mais estranhos e menos compreendidos da fisiologia e psicologia humanas. A maioria de nós já experimentou ou ouviu falar nele: é a ideia de que podemos, essencialmente, nos curar de doenças simplesmente porque acreditamos que estamos sendo curados. A ideia de nós mesmos nos enganarmos a ter saúde prova que o cérebro é realmente uma entidade extremamente poderosa. Embora faça sentido, de uma forma estranha, que sejamos capazes de fazer isso, há certos aspectos do efeito placebo que até mesmo cientistas e médicos não conseguem explicar. Veja 10 exemplos notáveis do efeito placebo:


9. Efeito placebo também ocorre entre cães e outros animais
Empresas farmacêuticas empregam os mesmos procedimentos (testes duplos e cegos) em cães ao testar medicamentos para animais, como para humanos. Em um estudo em particular, cães com epilepsia receberam ou uma medicação, ou um placebo. O grupo do placebo reagiu de forma extremamente positiva.
Novos estudos com hamsters também revelam que a maioria dos animais tem algo semelhante ao efeito placebo, que entra em ação dependendo do ambiente e da energia corporal disponível. Quando hamsters foram levados a acreditar que era inverno, seu sistema imunológico entrou em um estado mais dormente para preservar energia. Esse mecanismo ajuda a explicar por que não podemos simplesmente nos recuperar, mas precisamos tomar uma pílula, seja qual for. Em essência, nós precisamos de algum tipo de influência externa para iniciar a sequência de eventos que levam ao efeito placebo.


8. Embriaguez placebo
Mulheres geralmente ficam bêbadas mais facilmente que os homens, requerendo menos álcool. Na verdade, para ficar embriagado não é necessário nenhum álcool. Isso porque podemos simplesmente enganar-nos a pensar que estamos bêbados. Pesquisas diferentes já descobriram que aqueles que acreditam ter bebido álcool (mesmo que a bebida fosse não alcoólica) se sentem bêbados e têm realmente o julgamento prejudicado. Ou seja, se saem pior em testes simples e seu QI torna-se menor, como se estivessem realmente embriagados.


7. Onde você mora afeta o efeito placebo
Americanos tendem a exibir hipocondria mais do que qualquer outra cultura na Terra, já que a propaganda de saúde e medicamentos lá é extensa. Por alguma razão, tendem a atribuir muito poder aos medicamentos que podem ser injetados na veia (provavelmente porque foram condicionados a respeitar o poder de injeções desde o nascimento). Europeus, por outro lado, reagem de forma mais positiva a comprimidos de placebo do que injeções.
Ou seja, fatores culturais influenciam fortemente a maneira pela qual o efeito placebo se manifesta. Drogas de placebo utilizadas em um estudo para o tratamento de úlceras funcionaram muito melhor na Alemanha do que no Brasil. Um teste de drogas para hipertensão foi o menos reativo para as pílulas de placebo na Alemanha. Esses fatores culturais são poderosos na formação das nossas esperanças, medos e expectativas, de maneira que o efeito placebo se transforma quando atravessa fronteiras.


6. Placebo ainda funciona mesmo que você sabe que é placebo
Toda a premissa do efeito placebo é que os pacientes acreditam que estão recebendo medicamento verdadeiro e são curados. Mas, mesmo quando os pacientes descobrem que estão recebendo uma droga falsa, ela ainda funciona de forma eficaz, o que não faz nenhum sentido. Em testes nos quais os doentes recebem medicamentos simulados, eles são eventualmente informados de que tomaram placebo. Depois de saber disso, cientistas esperam que os benefícios positivos do remédio diminuam ou pelo menos enfraqueçam nos pacientes. Mas, pelo contrário, os efeitos positivos permanecem e muitos querem continuar a tomar a droga. No futuro, isso poderia significar que médicos prescreverão pílulas de açúcar para pacientes com pleno conhecimento que estão tomando placebo.


5. É possível derivar efeito placebo através de infecções falsas de doenças não relacionadas
Um grupo de médicos queria ver se as pessoas que sofriam de asma que fossem infectadas com amarelão iriam sentir alívio nos seus sintomas. Eles dividiram o grupo de doentes asmáticos em dois, infectaram um com ancilóstomo, e fizeram o segundo pensar que também tinha sido infectado.
O grupo que tinha realmente sido infectado viu uma melhora. O segundo grupo, incrivelmente, também. Isso demonstrou que as melhorias de ambos os grupos foram resultado do efeito placebo. A maior parte do grupo que tinha sido infectado escolheu manter as infecções após terminar o estudo, por causa das vantagens percebidas.


4. Placebo tem um gêmeo malvado chamado de “nocebo”
Assim como as nossas expectativas sobre a eficácia de uma droga podem influenciar a nossa reação a um placebo, uma expectativa de efeitos colaterais pode levar-nos a experimentá-los também. Isso tem se manifestado em uma infinidade de formas, às vezes extremas, e ficou conhecido como “nocebo”.
Um estudo notável documentou os efeitos do nocebo na Itália, onde pessoas com ou sem intolerância à lactose tomaram o que pensaram ser lactose (não era). 44% das pessoas com intolerância e 26% sem intolerância desenvolveram sintomas de desconforto gastrointestinal.
Como se ter diarreia e estômago sem motivo algum não fosse ruim o suficiente, imagine perder a fé em seu pênis normal por causa do que o seu médico lhe disse. O efeito nocebo lamentavelmente funciona em pessoas que tomam medicamentos reais, como foi revelado por um estudo realizado em homens que tomaram a droga finasterida para próstatas aumentadas. Metade foi informada pelo médico que disfunção erétil era um possível efeito colateral, e a outra metade não. Do grupo que ouviu sobre o efeito, 44% relataram disfunção erétil, em comparação com apenas 15% do grupo que não tinha sido informado.
Em outro estudo, um paciente participando de um teste para medicação antidepressiva engoliu 26 pílulas de placebo em uma tentativa de suicídio. Mesmo sendo completamente inofensivas, sua pressão arterial de alguma forma caiu perigosamente.


3. Cor e tamanho afetam o efeito placebo
Nossa percepção de quão bem funciona uma pílula muitas vezes determina o quão bem ela realmente acaba funcionando. Esta eficácia percebida é baseada em grande parte no tamanho, forma e cor da pílula.
Pesquisadores descobriram que pílulas de placebo amarelas são as mais eficazes no tratamento da depressão, enquanto pílulas vermelhas levam o paciente a ficar mais alerta e acordado. Comprimidos verdes ajudam a aliviar a ansiedade, enquanto pílulas brancas aliviam problemas estomacais, como úlceras. Quanto mais pílulas de placebo as pessoas tomam, melhor, com as tomadas quatro vezes por dia sendo mais eficazes do que as tomadas duas vezes por dia.
Comprimidos que têm uma “marca” carimbada sobre eles também funcionam melhor do que pílulas que não têm nada escrito sobre elas. Parece que nós somos superficiais até quando se trata de medicamentos falsos.


2. Cirurgias placebo também são eficazes
Imagine sofrer uma lesão que exige cirurgia e ser submetido ao procedimento, o que resulta em um membro sem dor. Agora imagine o médico lhe dizendo, um mês depois, que não reparou nada durante a cirurgia, apenas lhe cortou e lhe fez acreditar que um procedimento tinha ocorrido.
Isso é essencialmente o que vem acontecendo em testes médicos, e os resultados mostram que as cirurgias falsas podem ser tão eficazes quanto as reais. A melhor parte é, obviamente, que a cirurgia falsa é bem mais barata.


1. O efeito placebo ficou mais poderoso ao longo dos anos
O efeito placebo foi observado pela primeira vez no final de 1700, mas suas verdadeiras implicações fisiológicas não foram realmente compreendias até a década de 1970. Ainda assim, parece que, quanto mais os médicos conduzem testes, mais poderoso o efeito placebo se torna.
Isso pode ser resultado de nosso condicionamento social. Humanos colocam muita fé em profissionais médicos. Conforme a tecnologia médica melhora, a mortalidade diminui e a nossa fé na medicina se torna mais forte. Tomamos conforto na rotina de ir ao médico, ser examinado, ir à farmácia e começar a tomar pílulas. Esperamos nos curar e, ao longo do tempo, essa expectativa tornou-se ainda mais pronunciada, conforme nossa fé na ciência se fortaleceu. Na Idade Média, teria havido pouca razão para ter fé nos procedimentos médicos, já que a maioria das pessoas morria. Hoje, nossa confiança nas drogas só deve crescer. Com isto, o efeito placebo cresce também.
Fonte: Hypescience.

Trabalhar menos pode salvar o mundo


Se animou com a ideia? Pesquisadores do Centro de Pesquisa Econômica e Política dos Estados Unidos também. E não é por preguiça. É pelo meio ambiente: trabalhar menos pode reduzir o aquecimento global.
Mas isso, infelizmente, não quer dizer que você deveria trabalhar só 4 dias por semana. Segundo a pesquisa americana, diminuir 0,5% da jornada de trabalho anual seria suficiente para fazer o aquecimento global cair pela metade até o fim deste século. Isso significa que, caso você trabalhe 40 horas por semana, deveria reduzir apenas 12 míseros minutos de expediente por dia.
Para chegar ao cálculo, os americanos usaram dados de outros estudos. E, de acordo com eles, o acréscimo de 1% no horário de trabalho aumenta em 1,5% as emissões de gases de Efeito Estufa. É que durante o expediente, geralmente, utilizamos mais eletricidade e gasolina (pense na quantidade de ar condicionado e computadores ligados no prédio de uma grande empresa). Logo, um bom jeito de proteger o mundo contra mudanças climáticas é aumentar os dias de folga.
Ah, aliás, eles até acham que a redução na carga horária de trabalho faria bem, já que um descanso extra pode aumentar a produtividade.
Conta essa pro seu chefe.
Fonte: Superinteressante.

A origem de 6 brincadeiras populares



Cabra-cega
Quando: 500 a.C.
Já deve ter um tempo que você não vê ninguém brincando de cabra-cega por aí. Mas, caso queira reviver a tradição, basta conseguir um pedaço de pano e reunir a turma: a cabra-cega da rodada deve ser vendada e tentar encontrar os companheiros de brincadeira; ao trombar em alguém, deve adivinhar quem é a pessoa – se acertar, esta passa a ser a cabra-cega. Acredita-se que brincadeira, que já foi popular entre a criançada, tenha sido originada durante a Dinastia Zhou, da China, perto do ano 500 a.C. Na Idade Média e na Era Vitoriana, era um divertimento aristocrático: na Casa dos Tudor (dinastia inglesa que reinou entre 1485 e 1603), jogos de cabra-cega eram opção para recreação.


Cara ou coroa
Quando: aproximadamente 300 a.C.
É verdade que este parece mais um pré-jogo do que uma brincadeira propriamente dita, mas prometemos não julgar caso você queira desafiar a probabilidade e instituir o I Campeonato de Cara ou Coroa. O jogo, que surgiu na Roma Antiga, era conhecido como navia aut caput, “cara ou navio”, em referência à moeda que trazia de um lado o rosto do deus da mitologia Janus e, do outro, uma embarcação. Além de ser usado para decidir quem escolhe o campo e quem começa com a bola antes de toda partida de futebol, o jogo já foi importante para resolver impasses maiores: nos EUA, em 1845, Asa Lovejoy e Francis Pettygrove jogaram a moedinha para saber quem escolheria o nome da nova cidade do estado de Oregon. Pettygrove levou a melhor e nomeou a cidade como Portland.


Joquempô
Quando: entre 206 a.C. e 220 d.C.
Tesoura corta papel, papel cobre a pedra, pedra esmaga Lagarto, Lagarto envenena Spock, Spock esmaga tesoura, tesoura decapita Lagarto, Lagarto come papel, papel refuta Spock, Spock vaporiza pedra que, é claro, esmaga tesoura. Muito antes de Sheldon Cooper nos apresentar o jogo “Pedra, Papel, Tesoura, Lagarto, Spock” (criado por Sam Kass) em The Big Bang Theory, o joquempô já acumulava milênios de tradição. Os primeiros registros que se têm da brincadeira estão no livro chinês Wuzazu, escrito durante a Dinastia Han, entre os anos 206 a.C e 220 d.C. No século 17, o jogo com os elementos que conhecemos hoje já era popular na China e no Japão, e no século 20 já havia se espalhado pelo mundo.


Par ou ímpar
Quando: aproximadamente 200 a.C.
Um torneio de par ou ímpar não seria televisionado, é verdade, mas a sua origem mereceria uns minutinhos da programação. O jogo é uma variação da Morra, brincadeira criada na Roma Antiga e popular até o dia de hoje, principalmente na Itália. No jogo da antiguidade, os participantes costumavam se reunir em roda e mostrar entre 0 a 5 dedos de uma das mãos – o desafio era adivinhar a soma total da roda e ganhava quem gritasse o número mais rápido. Bônus: O “Dois ou um” também deriva da Morra e é um bom método de eliminação (e para decidir  quem fica “na de fora”): todos devem mostrar, ao mesmo tempo, um ou dois dedos de uma das mãos. Os que colocarem um número diferente da maioria são eliminados e, no final, para decidir o ~ultimate champion~ basta recorrer ao par ou ímpar.


Jogo da Velha
Quando: 1 a.C.
Para se divertir no Império Romano, um dos jogos mais populares era o bom e velho Jogo da Velha: marcas das matrizes de três linhas e três colunas, que datam do ano 1 a.C., foram encontradas em diversos lugares de Roma. Mas acredita-se que o jogo, cujo objetivo é completar primeiro uma linha de três círculos ou xis em sequência, possa ter origem ainda mais distante. A educadora estunidense Claudia Zaslavsky aponta em seus estudos que o jogo poderia ter derivado de brincadeiras similares já presentes no Egito Antigo. O jogo de mais de 4000 anos foi pioneiro nos computadores: OXO, criado em 1952, foi um dos primeiros videogames desenvolvidos.


Amarelinha
Quando: século 17
Do 1 ao 10 para chegar ao céu. Caso você não se lembre, a amarelinha, jogo popular entre as crianças de antigamente, tinha regras simples. Depois de desenhar o percurso no chão (como na foto acima) jogava-se uma pedrinha na primeira casa e o objetivo era ir pulando até chegar à marca circular, evitando a casinha em que estava a pedra. Na volta, o desafio era se equilibrar para pegar a pedrinha. Acredita-se que amarelinha teria sido inventada pelos romanos – gravuras mostram crianças brincando de amarelinha nos pavilhões de mármore nas vias da Roma antiga. Mas as primeiras referências ao jogo de que se tem registro confirmado datam do século 17. No manuscrito Book of Games (“Livro de jogos”, em português), compilado entre os anos de 1635 e 1672, o estudioso inglês Francis Willughby já descrevia a brincadeira em que crianças pulavam sobre linhas no chão no percurso que simbolizava a trajetória do homem através da vida.

Existe telepatia entre casais?



Quando Julie Beischel conheceu Mark Boccuzzi em uma conferência e concordou em participar de um experimento sobre telepatia, ela não revelou imediatamente a profunda conexão que sentiu com ele. Afinal, eles não se conheciam.
Hoje casados, Beishcel e Boccuzzi acreditam que a telepatia os ajudou a se conhecerem e se apaixonarem. “Foi diferente de tudo o que já senti”, define Julie.
Os dados do experimento confirmaram sua percepção, e o casal acabou pedindo ao cientista que conduziu o experimento, Dean Radin, do Instituto de Ciências Noéticas (IONS, na sigla em inglês), que celebrasse o casamento. Agora, o casal está escrevendo um livro, Psychic Intimacy: A Handbook for Couples (Intimidade Psíquica: um manual para casais), que destacará as aplicações práticas da telepatia para casais. Eles até sugeriram que Radin transformasse o experimento em um serviço de encontros.
O campo da parapsicologia pode ser movediço para muitos cientistas. Na melhor das hipóteses, são marginalizados; na pior, caem na vala comum de astrólogos e videntes. Os financiamentos do Instituto Nacional de Saúde a projetos desse tipo são escassos. Muita gente se surpreendeu por Beischel, uma cientista “séria” com PhD em farmacologia e toxicologia, ter escrito um livro sobre médiuns.
Mas Beischel, Radin e muitos outros confiam em sua capacidade de responder afirmativamente à pergunta que intriga muitos céticos: a telepatia existe?
Radin conta a história de Hans Berger, o alemão que gravou pela primeira vez um eletroencefalograma em 1924. Ele caiu enquanto andava a cavalo e quase foi atropelado por outros cavalos, que passaram correndo a centímetros de sua cabeça. Sua irmã, a muitos quilômetros de distância, sentiu o perigo e insistiu para que seu pai enviasse um telegrama perguntando se ele estava bem. Ela nunca havia enviado um telegrama, e a experiência deixou Berger tão curioso que ele abandonou a matemática e astronomia para se dedicar à medicina, na esperança de descobrir a origem daquela energia psíquica.
Cem anos depois, a explicação ainda é um mistério, mas cerca de 200 experimentos publicados revelam conexões mentais que vão “muito além da coincidência”, afirma Radin. No entanto, não saber como o processo funciona constrange muitos cientistas.
“Analisando os experimentos e os dados, é evidente que alguma coisa está acontecendo”, argumenta Radin. “A dúvida só existe porque ainda não temos uma boa explicação para isso”.
Até seus amigos mais céticos estão questionando suas crenças. “Eles podem não acreditar que existe, mas já não acham com tanta veemência que não”, afirma Radin.
Fonte: Discovery Science.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Desabafar é bom


O alívio de falar de si mesmo está relacionado a ativação de estruturas cerebrais de recompensa.
Ah, como é bom ter para quem contar as coisas. Outro dia cheguei em casa com fumacinhas saindo da cabeça, tamanha minha irritação com questões variadas no trabalho, que vim remoendo no caminho. Se meu marido não estivesse em casa, eu teria continuado insistindo mentalmente no assunto por um bom tempo, e só me irritando mais.
Mas não: ele estava aqui, e me ofereceu seus ouvidos e comiseração. Era tudo de que eu precisava: uma oportunidade para meu cérebro finalmente executar o longo programa motor que ele vinha montando havia horas, desfiando e revisando minhas misérias do dia, e botar tudo para fora, em palavras, para então poder sossegar.
Por isso segurar um segredo dá tanto trabalho – e por isso contar é tão bom. Preocupações, assim como segredos, são representações mentais angustiantes, aflitivas, que levam à ativação de uma estrutura do cérebro especializada em antecipar problemas, o córtex cingulado anterior. Ativado, ele, por sua vez, dispara uma série de alarmes, parte da resposta ao estresse da preocupação, que deixam tanto corpo como cérebro tensos. Além disso, já que o cérebro sabe colocar seus pensamentos em palavras, ficamos remoendo a preocupação ou o segredo, ensaiando mentalmente sua versão motora, produzida pela boca. Mas, sem ter com quem desabafar, ou para quem contar, esse programa motor fica só na vontade, e não sai. E assim tem-se um cérebro cada vez mais aflito, que tem de fazer força cognitiva, atenta, para segurar ativamente suas palavras.
Por isso colocar tudo para fora é tão bom: assim o programa motor tão ensaiado é executado e não precisa mais ser segurado pelo seu córtex pré-frontal; assim o cingulado anterior pode soltar um “Ufa!” e desligar os alarmes que ajudavam o resto do cérebro a manter o controle.
Essa é uma das razões pelas quais a psicoterapia pode ser tão boa: o simples desabafo. Claro, amigos, parentes, padres, e às vezes até a pobre da pessoa sentada ao seu lado esperando o ônibus também servem quando tudo o que se precisa é uma oportunidade para despejar as preocupações em palavras.
Falar da gente mesmo é muito bom. Um estudo recente da Universidade Harvard mostrou que, tendo opção entre responder perguntas sobre os gostos e hábitos dos outros, sobre simples fatos, ou sobre si mesmos, os participantes preferiam falar do próprio umbigo – e até pagavam para escolher esta alternativa, e de dentro de um aparelho de ressonância magnética, onde só os pesquisadores viam suas respostas. A preferência por falar de si mesmo está relacionada a uma maior ativação das estruturas do sistema de recompensa, o que gera prazer.
Funciona mesmo quando segredo completo é garantido. Mas, seres sociais que somos, a ativação do sistema de recompensa é especialmente alta quando os voluntários sabem que suas respostas serão ouvidas pelo acompanhante que eles levaram para o estudo. Falar de si é bom, mas falar de si para os outros é melhor ainda.
Não é à toa, portanto, que a liberdade de expressão pessoal e de opinião é altamente valorizada. Não se trata apenas de um construto social ou cultural: o prazer de expressar seus próprios pensamentos e estado de espírito é real, mensurável, e vem lá dos cafundós do cérebro. E quando os próprios pensamentos são aflitivos, o desabafo ainda é um alívio só.
Uma ressalva, contudo: pelas mesmas razões, ficar revisitando e remoendo um mesmo problema meses a fio, ao longo de sessões e mais sessões de terapia, muitas vezes é um tiro no pé. É preciso saber deixar o problema ir embora.
Fonte: Scientific American.

Islândia quer banir a pornografia online no país


Um projeto de lei na Islândia quer banir a divulgação e o acesso a qualquer tipo de pornografia na internet pelo país. Se o projeto for aprovado, a Islândia será a primeira democracia ocidental a tentar bloquear conteúdo XXX online.
Parece uma medida extremista, mas a Islândia tem uma longa relação polêmica com a indústria pornográfica. Em 1998, por exemplo, se tornou ilegal imprimir e publicar qualquer tipo de pornografia - e o crime pode render uma sentença de 6 meses de prisão. Em 2011, clubes de strippers também foram proibidos de funcionar no país.
Mas como bloquear sites pornográficos em um país inteiro? Segundo Halla Gunnarsdottir, conselheiro do ministério, "se enviamos um homem à Lua, podemos banir a pornografia da internet". As opções seriam bloquear endereços IP de sites XXX conhecidos ou impedir que cartões de crédito possam ser usados para comprar pornografia online, ou fazer assinaturas.
Mesmo assim, de acordo com membros do parlamento islandês, o projeto de lei tem chances baixíssimas de ser aprovado.
Fonte: Galileu.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Primeiro sentimos, depois julgamos


Tomografias cerebrais sugerem que nossas avaliações se baseiam mais em intuições e emoções do que em processos racionais.
De que maneira os sentimentos afetam nosso julgamento sobre o que é moral? Um estudo publicado na Nature de abril de 2007 apresenta uma nova e importante concepção sobre a relação entre raciocínio moral e emoção. Os pesquisadores Michael Koenigs, pós-doutorando do Instituto Nacional de Transtornos Neurológicos e AVC, Liane Young, aluna de pós-graduação em psicologia cognitiva da Universidade Harvard e seus colegas descobriram que uma lesão no córtex pré-frontal ventromedial (CPFVM, uma região do cérebro localizada acima das órbitas dos olhos) aumenta a preferência por escolhas “utilitárias” em situações de dilema moral. Nesses casos, os julgamentos favorecem o bem-estar agregado em detrimento do bem-estar de menor número de indivíduos. O estudo coloca lenha na fogueira de um já acalorado debate sobre os malabarismos que fazemos com fatos e emoção para tomarmos decisões morais.
Koenigs e Liane aplicaram um teste sobre tomada de decisão moral em três grupos: um deles formado por seis pacientes com lesão bilateral de CPFVM; outro constituído por pessoas com lesões em outras regiões do cérebro, e um terceiro grupo de -indivíduos controle neurologicamente saudáveis. As pessoas submetidas ao teste enfrentaram cenários de tomada de decisão em quatro classes. Uma delas continha cenários morais “pessoais de alto conflito” (moralmente ambíguas) e emocionalmente incômodas; exigia que a pessoa tomasse a decisão de empurrar ou não um estranho, obeso, em direção aos trilhos de um trem descontrolado (o que, consequentemente, mataria essa pessoa) para salvar a vida de cinco trabalhadores adiante na linha.
Uma segunda classe continha cenários de “baixo conflito” (sem ambiguidade moral), mas altamente pessoais, tais como se seria moral que um homem contratasse alguém para estuprar a esposa para que, depois, pudesse consolá-la e reconquistar seu amor. Uma terceira classe oferece situações moralmente ambíguas, mas relativamente impes-soais, como se seria certo mentir para um segurança e “tomar emprestada” uma lancha veloz para avisar os turistas sobre uma tempestade mortal iminente. Uma quarta classe consistiu em avaliar situações ambíguas, mas amorais, como tomar um trem em vez de ônibus para chegar pontualmente a algum lugar.
Nas situações bem-definidas de baixo conflito pessoal, os pacientes com lesão no córtex pré-frontal ventromedial e os indivíduos-controle tiveram desempenhos semelhantes, respondendo unanimemente de forma negativa a exemplos semelhantes. Mas, ao ponderarem sobre as situações emocionalmente mais carregadas de ambiguidade, os pacientes com lesão de CPFVM exibiram uma probabilidade muito maior que os demais de endossar decisões utilitárias que levariam a um maior bem-estar agregado. Eles se mostraram muito mais dispostos que os demais a, por exemplo, empurrar um passageiro circunstante na frente do trem para salvar um grupo de trabalhadores no caminho adiante.
Por que as pessoas com lesão no CPFVM deveriam exibir maior preferência por escolhas utilitárias? É tentador atribuir esta preferência a um embotamento emocional geral – um traço habitualmente encontrado nos pacientes com lesão pré-frontal. Emoção diminuída supostamente tornaria esses pacientes mais propensos ao raciocínio utilitário. Mas uma pesquisa anterior realizada por Koenigs e Daniel Tranel, professor de neurologia dos Hospitais e Clínicas da Universidade de Iowa, com pacientes com lesão no CPFVM mostra o oposto. Naquele estudo, os voluntários participavam do “jogo do ultimato”. Nessa atividade, é oferecida uma soma em dinheiro a um par de jogadores. O jogador A propõe alguma divisão do dinheiro com o parceiro B; se este último rejeitar os termos da divisão, nenhum deles recebe nenhum dinheiro. Para o jogador B, a decisão estritamente utilitária é aceitar qualquer proposta, mesmo que receba apenas 1% do dinheiro, já que a rejeição da oferta implica nenhum ganho. A maioria das pessoas, porém, rejeita ofertas excessivamente desequilibradas porque determinadas propostas ofendem seu senso de justiça. Os jogadores com lesão de CPFVM, contudo, rejeitaram com maior frequência as ofertas desequilibradas que os indivíduos-controle – aparentemente por se sentirem insultados pela proposta desigual, ainda que lucrativa, o que invalida os argumentos utilitários. Um embotamento emocional geral e um maior raciocínio utilitário parecem, portanto, explicações improváveis para o comportamento dos pacientes com lesão de CPFVM.
Uma causa mais parcimoniosa, apresentada como hipótese em um artigo da Nature Reviews Neuroscience, é que razão e emoção cooperaram para produzir sentimentos morais. O CPFVM teria especial influência nos chamados “sentimentos pró-sociais” – que incluem culpa, compaixão e empatia. Eles emergem quando estados como tristeza e afiliação, que se originam das áreas límbicas, são integrados com outros mecanismos mediados por setores anteriores do córtex pré-frontal ventromedial – como avaliação de possíveis desfechos. Estudos que utilizam técnicas de imageamento funcional corroboram esta ideia. Como descrevemos num artigo de 2007 na Social Neuroscience e numa pesquisa anterior, o córtex participa ativamente não apenas dos processos explícitos de julgamento moral, mas também quando as pessoas são passivamente expostas a estímulos evocativos de sentimentos pró-sociais (como os despertados pela cena de uma criança com fome). Curiosamente, o CPFVM era acionado quando os voluntários optavam por sacrificar dinheiro para doar a obras de caridade – decisão que é, ao mesmo tempo, utilitária e emocional –, como descrevemos em um artigo de 2006 do Proceedings of the National Academy of Sciences USA.
A deterioração dos sentimentos pró-sociais, resultante de lesão na parte ventral (ou lado de baixo) do córtex pré-frontal, juntamente com uma capacidade preservada de experimentar reações emocionais aversivas associadas a ira ou frustração (dependendo mais dos setores laterais do córtex e conexões subcorticais), poderiam explicar os resultados dos dois estudos de Koenigs. Os pacientes com lesão de CPFVM que participam do jogo do ultimato, por exemplo, deixam que emoções como raiva e desdém governem as decisões não utilitárias para rejeitar ofertas injustas. Os pacientes com lesão de CPFVM foram mais práticos – ou utilitários – ao enfrentar dilemas morais difíceis, justamente porque a lesão nas partes centrais do córtex pré-frontal reduziu os sentimentos pró-sociais, dando vantagem relativa ao raciocínio impiedoso.
Esta explicação nos leva de volta ao dilema de Einstein. A carta de Einstein a Roosevelt ajudou a preparar os EUA e a construir as primeiras bombas atômicas. Aquelas bombas mataram dezenas de milhares de civis – mas, ao fazê-lo, deram um fim à Segunda Guerra Mundial. Teria sido cruel a escolha utilitária de Einstein, resultante das emoções sendo subjugadas pela pura cognição? Acreditamos que não. Aparentemente, a razão e os sentimentos de Einstein estavam trabalhando juntos muito bem, refletindo inteiramente a interação entre pensamento, emoção, empatia e presciência – bem como angústia e ambivalência – que complexas decisões morais incitam.
Fonte: Scientific American.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Crianças felizes viram adultos ricos


Mesmo se os pais não forem ricos ou gênios com phD no diploma. Ter uma infância feliz aumenta as chances de ter uma vida adulta cheia de dinheiro.
Economistas britânicos avaliaram dados de 90 mil crianças e jovens adultos dos Estados Unidos. Todos haviam respondido, anos antes, questões sobre a vida – se andavam satisfeitos e felizes. Depois, os pesquisadores procuraram os voluntários, para saber sobre a atual situação financeira deles.
E havia uma tendência: crianças e jovens felizes ganhavam mais do que os outros. Segundo a pesquisa, numa escala de 1 a 5, um ponto a mais de felicidade fazia bastante diferença – por exemplo, se, aos 22 anos, a satisfação subia um ponto, aos 29 anos, esse jovem feliz já ganhou, por ano, um acréscimo de até 4 mil reais.
O segredo, dizem os pesquisadores, é que as pessoas felizes tendem a ser mais produtivas e recebem promoções com mais frequência. Simpatia é tudo, gente.
Fonte: Superinteressante.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Rede do bem


Você gostaria de fazer trabalho voluntário, mas não sabe por onde começar? O site Atados.com ajuda quem tem interesse em doar um pouco de seu tempo para quem precisa. De layout semelhante a uma vitrine, a página exibe vários tipos de iniciativas sociais na cidade de São Paulo. Alguns trabalhos exigem experiência profissional, como atendimento terapêutico de mulheres que sofreram violência, outros, apenas boa vontade: esquentar o jantar de crianças de creches, visitar idosos em asilos, ensinar português para refugiados. É possível filtrar a busca por região e foco de interesse – idosos, pessoas com deficiência, animais etc. Vários estudos mostram que, da mesma maneira que dar presentes, ajudar os outros traz bem-estar mais para quem doa do que para quem recebe. Por que não tentar? Basta se cadastrar em www.atados.com.br.
Fonte: Mente, cérebro. 

China proíbe anúncios de presentes de luxo


O governo da China anunciou nesta terça-feira a proibição de anúncios de rádio e TV que incentivem a compra de artigos e presentes de luxo.
A nova medida faz parte de uma campanha de austeridade do governo chinês, que promete combater a desigualdade.
Segundo informações da agência estatal de notícias, Xinhua, o governo justifica a medida ao afirmar que esse tipo de propaganda promove valores incorretos.
Entre os artigos afetados estão relógios caros, moedas de ouro e bebidas alcoólicas.
O ato de presentear, geralmente para obter favores de autoridades, é comum durante o Ano Novo chinês, que começa na próxima semana.
Mas segundo a agência chinesa que fiscaliza rádio, TV e indústria cinematográfica no país, os anúncios em alguns canais têm incentivado as pessoas a presentearem itens de luxo.
Desigualdade
O novo líder do Partido Comunista chinês, Xi Jinping, já ressaltou repetidas vezes a necessidade de combater a corrupção e proibiu demonstrações de extravagância dentro do partido e do Exército.
A crescente desigualdade no país é um tema politicamente sensível, e o Partido Comunista chinês teme que possa ameaçar a estabilidade política da segunda maior economia do mundo.
Enquanto muitos chineses enriqueceram nos últimos anos, e uma enorme nova classe média está se formando no país, a lacuna entre os mais ricos e o resto da população é grande e continua crescendo.
O Conselho de Estado da China emitiu novas diretrizes que afirmam que são necessárias reformas para tornar a distribuição de renda mais justa.
O plano inclui aumentar o salário mínimo para 40% da média salarial urbana até 2015.
O governo quer tirar 80 milhões de pessoas da pobreza nos próximos três anos e dobrar a renda dos chineses até 2020.
As gigantes indústrias estatais da China poderão ter de destinar lucros para financiar melhores serviços de saúde, educação e moradia barata.
Ceticismo
A elaboração das novas diretrizes para melhorar a distribuição de renda levou dois anos.
Apesar dos anúncios, alguns observadores permanecem céticos e dizem que o plano contém aspirações mas poucas receitas políticas.
Acredita-se que muitos devem se opor a novos impostos sobre propriedade e herança e a reformas no setor financeiro e no rígido sistema nacional de permissão de residência, que limita as possibilidades de que moradores de zonas rurais migrem para as grandes cidades.
As próprias diretrizes afirmam que a tarefa de tornar a China um lugar mais justo será árdua e complicada, e não será concluída na noite para o dia.
Fonte: BBC.

13 sinais que cientificamente comprovam que você está apaixonado


Às vezes, você pode achar que está apaixonado, mas não está. A ciência tem como te dizer – ou pelo menos é o que alegam cientistas que dizem ter identificado exatamente o que significa “se apaixonar”.
Pesquisadores liderados pela antropóloga Helen Fisher da Universidade Rutgers (EUA) descobriram que um cérebro apaixonado é muito diferente de um que apenas experimenta uma mera luxúria, bem como do cérebro de alguém que está em um relacionamento de longo prazo.
Fisher, uma das maiores especialistas sobre base biológica do amor, revelou que a fase “apaixonada” no cérebro é um período único e bem definido de tempo, e há 13 sinais reveladores de que você está nela. Confira:
13. O único
Quando você está apaixonado, começa a pensar que seu amado é o escolhido, o único certo para você. A crença é acoplada a uma incapacidade de sentir a paixão romântica por outra pessoa. Fisher e seus colegas acreditam que esta mentalidade resulta em níveis elevados de dopamina – uma substância química envolvida na atenção e foco – no seu cérebro.
12. Ele(a) é perfeito(a)
As pessoas verdadeiramente apaixonadas tendem a se concentrar nas qualidades positivas de seu amado, ignorando seus traços negativos. Também se concentram em eventos triviais e objetos mundanos que lembram seu amado, sonhando acordados com essas pequenas lembranças e momentos preciosos. Esta atenção concentrada também resulta em níveis elevados de dopamina, bem como de norepinefrina, uma substância química associada à memória aumentada na presença de novos estímulos.
11. Desastre emocional
Se apaixonar notadamente leva a uma instabilidade emocional e fisiológica. Você salta entre alegria, euforia, aumento da energia, insônia, perda de apetite, tremores, coração acelerado, respiração acelerada, bem como ansiedade, pânico e sentimentos de desespero quando seu relacionamento sofre até mesmo o menor contratempo. Essas mudanças de humor são bastante parecidas com o comportamento dos viciados em drogas. De fato, quando pessoas apaixonadas veem fotos de seus queridos, as mesmas regiões do cérebro que a de um viciado são ativadas. Estar apaixonado, segundo os pesquisadores, é uma forma de vício.
10. “Superar desafios nos aproximou”
Passar por algum tipo de adversidade com outra pessoa tende a intensificar a atração romântica. A dopamina pode ser responsável por essa reação, já que pesquisas mostram que, quando uma recompensa é atrasada, neurônios produtores de dopamina na região central do cérebro tornam-se mais produtivos.
9. Obsessão
Pessoas apaixonadas dizem gastar, em média, mais de 85% de suas horas acordadas refletindo sobre seu “objeto de amor”. “Pensamento intrusivo”, o termo pelo qual este tipo de comportamento obsessivo é chamado, pode resultar da diminuição dos níveis de serotonina no cérebro, uma condição que já foi associada com o comportamento obsessivo anteriormente. Transtorno obsessivo-compulsivo, inclusive, é tratado com inibidores de recaptação da serotonina.
8. Juntos ou nada
Pessoas apaixonadas regularmente apresentam sinais de dependência emocional em seu relacionamento, inclusive possessividade, ciúme, medo de rejeição e ansiedade de separação. “Gostaria que pudéssemos ficar juntos o tempo todo” é um pensamento comum.
7. Para sempre
Elas também anseiam por uma união emocional com o amado, buscando maneiras de se aproximar mais do seu querido e sonhando com um futuro juntos.
6. Qualquer coisa por você
As pessoas que estão apaixonadas geralmente sentem um forte sentimento de empatia para com seu amado, sentindo a dor da outra pessoa como sua própria e se dispondo a sacrificar qualquer coisa pelo seu amor.
5. Fazer tudo do seu gosto
Apaixonar-se é um sentimento marcado por uma tendência a reordenar suas prioridades diárias e/ou alterar até mesmo suas roupas, maneirismos, hábitos e valores, a fim de se adaptar melhor com os de seu amado.
4. Exclusividade
Aqueles que estão profundamente apaixonados tipicamente sentem desejo sexual por seu amado, mas há fortes ligações emocionais também: o desejo por sexo é acoplado com possessividade, desejo de exclusividade sexual e ciúme extremo quando o parceiro é suspeito de infidelidade. Cientistas sugerem que essa possessividade evoluiu de modo que uma pessoa apaixonada obrigue seu parceiro a rejeitar outros pretendentes, garantindo assim que o namoro não seja interrompido até a concepção.
3. Não é sobre sexo
Enquanto o desejo de união sexual é importante para as pessoas apaixonadas, o desejo de união emocional prevalece. Um estudo descobriu que 64% das pessoas apaixonadas (o percentual é igual para ambos os sexos) discordaram da afirmação: “O sexo é a parte mais importante do meu relacionamento”.
2. Fora de controle
Fisher e seus colegas descobriram que os indivíduos que relatam “estar apaixonados” comumente dizem que sua paixão é involuntária e incontrolável.
1. Faísca que apaga
Infelizmente, estar apaixonado geralmente não dura para sempre. É um estado impermanente que ou evolui para um relacionamento codependente de longo prazo, que os psicólogos chamam de “apego”, ou se dissipa – neste último caso, o relacionamento se dissolve. Se existem barreiras físicas ou sociais que inibem os amados de verem um ao outro regularmente – por exemplo, se o relacionamento é de longa distância –, a “fase apaixonada” geralmente dura mais tempo.
Fonte: LifesLittleMysteries.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Dívidas aumentam a autoestima


Dinheiro não compra felicidade. Mas, olha só, a inadimplência talvez ajude um pouco nessa questão: um estudo feito por pesquisadores dos EUA constatou que estar no vermelho parece aumentar a autoestima das pessoas na casa dos 20 anos.
Cruzando dados financeiros e psicológicos (coletados periodicamente a cada dois anos) de mais de três mil jovens, os caras identificaram o padrão: quanto mais dívidas eles acumulavam, maior eram suas autoestimas e a sensação de que estavam no controle das próprias vidas.
Oi, como assim? Por que as dívidas desse povo são mais divertidas do que as nossas?
Parte do efeito, segundo os especialistas, vem do sentimento de que as dívidas – em particular, os empréstimos estudantis – representam investimentos no futuro. Às vezes, você precisa se endividar para estudar numa boa faculdade, arrumar um bom emprego e ganhar bem lá na frente. Faz sentido. Mas mesmo os impulsos consumistas, que não fazem nada pelo currículo, podem levantar o amor-próprio. No caso, porque ter o que você quer quando você quer faz você se sentir bem – especialmente se dá para adiar a parte chata: o acerto de contas.
Mas essa festa não é eterna.
Conforme os participantes do estudo iam se aproximando dos 30 anos, o “barato” do vermelho começava a passar. Talvez porque os mais jovens vivam com a impressão de que vão ter muito tempo para quitar as dívidas, supõem os pesquisadores. Eventualmente, a idade chega, você não ganha tanto dinheiro quanto imaginava que estaria ganhando naquela fase da vida e, pôxa, elas ainda estão lá. “Quando fizeram as dívidas, eles devem ter pensado que pagá-las seria fácil, e eis que não é tão fácil assim”, diz a líder do estudo, Rachel Dwyer.
Resumindo: ter dinheiro (ou crédito para gastar mais do que tem, no caso) faz sim você se sentir o bonzão, mesmo quando isso significa se endividar. Mas ficar pagando esse dinheiro de volta por anos e anos, hum, não é tão legal assim.
Fonte: Superinteressante.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pessoas vingativas não prosperam e são menos felizes


“Olho por olho e todo o mundo ficará cego.” Essa frase atribuída a Ghandi esqueceu de adicionar que dente por dente deixaria também todo mundo banguela. Cientistas agora adicionam que o código de Hamurabi também torna as pessoas menos felizes e prósperas. É o que um estudo recente afirma.
Pesquisadores concluíram que, quem aplica a filosofia “olho por olho, dente por dente” em sua vida, tem mais chances de ficar desempregado, ter menos amigos e, consequentemente, ser menos feliz. Já quem não leva as coisas tão a sério, na maioria dos casos, tem um salário maior, mais amigos e curte mais as coisas boas da vida.
O estudo sugere que as pessoas que aplicam a máxima “trate os outros como deseja ser tratado”, são mais felizes do que aqueles que usam o lema do Antigo Testamento, atribuído a Hamurabi, imperador da Babilônia, “olho por olho, dente por dente”.
Um grupo de pesquisadores analisou as entrevistas de mais de 20 mil pessoas para descobrir no que essa “reciprocidade negativa” afeta a vida profissional das pessoas.
A maioria dos entrevistados admitiu que se vinga das pessoas que fazem algo ruim da mesma maneira, para que o inimigo se sinta da mesma forma que eles. Boa parte também incluiu que, quando alguém lhe faz um favor, eles procuram retribuir da mesma maneira.
Então os cientistas os dividiram em duas categorias, os que retribuíam favores e os que se vingavam.
Aqueles movidos por vingança, normalmente, tinham menos amigos e mostravam insatisfação com a vida de forma mais frequente.
“Já os movidos por sentimentos positivos, como têm mais incentivo, também se mostram mais felizes, ganhando mais dinheiro e tendo mais amigos” explica Thomas Dohmen, professor da Universidade Maastricht, um dos pesquisadores.
Fonte: Hypescience.

O choro nos faz humanos


Empatia e lágrimas de emoção são alicerces da moralidade e cultura humanas, defende pesquisador.
Michael Trimble, um professor britânico do Instituto de Neurologia em Londres, inicia seu novo livro com Gana, a gorila.
No verão de 2009, Gana, de 11 anos, deu à luz um menino no zoológico Muenster. Mas em um dia de agosto, o bebê repentina e misteriosamente morreu. Gana segurou seu filho diante de si, olhando fixamente para o corpo inerte. Ela o apertou contra si, acariciando-o. Para observadores parecia que Gana estava tentando reanimá-lo e, conforme passavam as horas, que estava lamentando sua morte. Naquele dia, algumas pessoas choraram no zoológico. Mas Gana, não.
Humanos, conta-nos Trimble, são as únicas criaturas que choram por razões emocionais. “Why Humans Like to Cry” é uma exploração do porquê de isso acontecer, uma versão neuroanatômica da pergunta “de onde vêm as lágrimas?”. E também é uma reflexão sobre a psicologia humana.
Trimble adiciona mais distinção entre humanos e o resto do mundo animal: a lágrima angustiada, a apreensão de que a vida é trágica. Trimble respondeu perguntas de Gareth Cook, editor da Mind Matters.
Cook: Como o senhor se interessou pelo choro?
Trimble: Evidentemente, é porque eu choro, e algumas coisas me levam às lágrimas com bastante facilidade, especialmente a música, e a ópera com o poder da voz humana.
Derramar lágrimas, por razões emocionais é característica exclusiva de seres humanos. Existe um jogo de “pegue-me se puder”, que vem sendo jogado por aqueles interessados em encontrar atributos ou comportamentos que separam humanos de nossos parentes viventes mais próximos – chimpanzés e bonobos.
Certamente nossa linguagem proposicional é muito especial, mas comunidades de primatas têm maneiras muito sofisticadas de se comunicar.
Outras características como brincadeiras, uso de ferramentas, ou ter o que se chama de teoria da mente (a sensação de saber que outros têm uma mente muito parecida com a minha, com inclinações e intenções semelhantes) foram defendidas como sendo únicas à nossa espécie, mas demonstrou-se que todas elas, de alguma forma, são encontrados em outros primatas. O choro emocional nos faz humanos.
Cook: O que se sabe sobre o choro no mundo animal?
Trimble: Lágrimas são necessárias para manter o globo ocular úmido, e contêm proteínas e outras substâncias que mantêm o olho saudável e combatem infecções. O lacrimejar ocorre em muitos animais em resposta a irritantes que caem nos olhos, e em alguns casos lágrimas são derramadas por simples fatos anatômicos.
Quando um elefante está de pé, lágrimas correm por seu tronco, mas quando ele está deitado, o fluxo é impedido e lágrimas podem ser vistas saindo de seus olhos.
Pode ser que animais que sofrem abusos derramem lágrimas, de dor, ainda que essas observações sejam raras.
Cook: Como o choro é diferente em humanos?
Trimble: Humanos choram por muitas razões, mas chorar por razões emocionais e chorar em resposta a experiências estéticas nos é único.
O primeiro é principalmente associado a perda e luto, e as formas de arte mais associadas às lágrimas são música, literatura e poesia. Há muito poucas pessoas que choram observando pinturas, esculturas, ou prédios adoráveis. Mas nós também temos lágrimas de alegria, com sentimentos associados que duram menos do que chorar nas outras circunstâncias.
Cook: O que o senhor acha mais interessante sobre a neurociência do choro?
Trimble: Se for verdade que apenas humanos choram emocionalmente, então deve ter havido um momento na evolução humana em que as lágrimas assumiram um significado adicional além de suas funções biológicas, como um sinal de angústia e uma codificação para o sofrimento.
Em meu livro discuto quando, no passado, nossos ancestrais podem ter vindo a possuir essa característica.
Sugiro que isso está conectado com a aurora da autoconsciência, com o desenvolvimento da teoria da mente, e com a percepção de que o self e os outros podem desaparecer.
Seguiram-se ligações emocionais a outros, com o desenvolvimento de gestos faciais sofisticados associados ao sofrimento, e com a perda e o luto. Tudo isso antes do desenvolvimento de nossa elegante linguagem proposicional.
As respostas emocionais se tornaram, em grande parte, inconscientes e inatas, e a identificação de lágrimas como um sinal dessa angústia foi uma adição importante ao chamado “cérebro social”, com circuitos que agora podem ser identificados no cérebro humano.
Eu também discuto as diferenças entre a neuroanatomia do cérebro humano e a de chimpanzés e outros primatas com parentesco próximo, o que pode explicar nossa capacidade de responder emocionalmente com lágrimas às artes.
As áreas cerebrais envolvidas são variadas, mas ligam nosso córtex cerebral, especialmente o anterior, às áreas associadas à representação da emoção – chamadas de estruturas límbicas, e nosso sistema autônomo.
A última coordena frequência cardíaca, respiração, e produção vocal, e tudo isso colabora para a expressão de emoção com lágrimas.
Cook: O senhor menciona “teoria da mente” e choro. O senhor pode me dizer mais sobre a conexão entre as duas?
Trimble: A teoria da mente se refere a uma área da cognição social que se desenvolveu enormemente em humanos, apesar de capacidades semelhantes em formas muito mais limitadas terem sido mostradas em chimpanzés. A capacidade de sentir compaixão, que se relaciona à nossa capacidade de empatia, é disparada pelo que o neurologista Antônio Damásio chama de estímulos emocionalmente competentes.
As respostas são automáticas, inconscientes, e ligadas à nossas memórias pessoais. Ver expressões faciais de tristeza dispara os circuitos neurais relacionados à teoria da mente e à empatia, que até certo ponto se sobrepõem, e envolvem, em parte, as áreas cerebrais que nos conferem nossos sentimentos viscerais, emocionais, observados acima.
A lágrima, como parte da expressão de sofrimento, se tornou um emblema que adorna a expressão. A lágrima, ligada mitologicamente à pureza com a forma de uma pérola, forneceu uma imagem que, com o tempo, veio a simbolizar tristeza, pesar, mas também alegria em música, poesia e nas artes visuais.
Cook: Que lição o senhor acha que isso nos traz?
Trimble: As lágrimas são uma resposta natural não apenas ao sofrimento, mas também ao sentimento de compaixão por alguém que está derramando lágrimas.
Tem havido muita relutância, especialmente por parte de homens, em admitir que choramos e a chorar em público. Mas heróis gregos como Agamenon e Aquiles choraram, e 2012 viu muitas lágrimas em público, dos vencedores e perdedores dos Jogos Olímpicos, ao presidente Obama, que chorou após sua reeleição.
Não deveríamos temer nossas emoções, especialmente as relacionadas à compaixão, já que nossa capacidade de sentir empatia e, com ela, a de derramar lágrimas, é a fundação de uma moralidade e cultura que são exclusivamente humanas.
Fonte: Scientific American.