Comparando os padrões cerebrais de voluntários quando estão acordadas
e dormindo, pesquisa conseguiu identificar 60% de parte do conteúdo de sonhos.
Em estudo publicado na revista Science, pesquisadores japoneses
demonstraram uma metodologia que consegue predizer objetos e alguns tipos de
conteúdos que as pessoas visualizam em sonhos. A pesquisa é liderada pelo
Laboratórios ATR de Neurosciência Computational, de Kyoto, que em 2005
conseguiu identificar para qual lado uma pessoa olhava a partir de imagens de
ressonância magnética e que em 2008
decodificou e reconstruiu imagens que alguém observava analisando suas funções
cerebrais.
Usando aparelhos de ressonância magnética e eletroencéfalogramas, eles
criaram uma relação entre as atividades cerebrais de um voluntário dormindo com
os objetos que ele disse ter visto enquanto sonhava: o voluntário dormia, seu
cérebro era mapeado, e quando acordado ele informava algumas palavras-chave do
que se lembrava do sonho, como "prédio", "porta" ou
"carro". Isso foi repetido 200 vezes para cada participante.
Depois de formado esse banco de dados, os pesquisadores exibiam
imagens dos objetos citados para os participantes acordados e mapeavam seus
cérebros. O que eles descobriram é que a atividade do cérebro, ao ser exposto a
essas imagens, combinava com os mesmos padrões das imagens visualizadas em
sonhos. Assim, foi possível reconhecer em 60% das vezes o que estavam sonhando
ao se comparar as atividades cerebrais.
O professor Yukiyasu Kamitani, um dos líderes do estudo, disse não
estar surpreso com os resultados, mas animado com as possibilidades para a
evolução da tecnologia: "Eu tinha uma forte crença de que a decodificação
de sonhos seria possível, pelo menos para aspectos particulares". A
pesquisa quer agora mapear sensações mais subjetivas, como emoções, cheiros e
cores.
Os cientistas reforçam que ainda não é possível usar a metodologia de
forma generalizada, mas apenas personalizada, já que depende de mapear funções
cerebrais individuais, pois cada pessoa tem respostas neurais diferentes para
estímulos visuais.
Fonte: Galileu.
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