terça-feira, 9 de abril de 2013

Cientistas criam método para "ler sonhos"


Comparando os padrões cerebrais de voluntários quando estão acordadas e dormindo, pesquisa conseguiu identificar 60% de parte do conteúdo de sonhos.
Em estudo publicado na revista Science, pesquisadores japoneses demonstraram uma metodologia que consegue predizer objetos e alguns tipos de conteúdos que as pessoas visualizam em sonhos. A pesquisa é liderada pelo Laboratórios ATR de Neurosciência Computational, de Kyoto, que em 2005 conseguiu identificar para qual lado uma pessoa olhava a partir de imagens de ressonância magnética  e que em 2008 decodificou e reconstruiu imagens que alguém observava analisando suas funções cerebrais.
Usando aparelhos de ressonância magnética e eletroencéfalogramas, eles criaram uma relação entre as atividades cerebrais de um voluntário dormindo com os objetos que ele disse ter visto enquanto sonhava: o voluntário dormia, seu cérebro era mapeado, e quando acordado ele informava algumas palavras-chave do que se lembrava do sonho, como "prédio", "porta" ou "carro". Isso foi repetido 200 vezes para cada participante.
Depois de formado esse banco de dados, os pesquisadores exibiam imagens dos objetos citados para os participantes acordados e mapeavam seus cérebros. O que eles descobriram é que a atividade do cérebro, ao ser exposto a essas imagens, combinava com os mesmos padrões das imagens visualizadas em sonhos. Assim, foi possível reconhecer em 60% das vezes o que estavam sonhando ao se comparar as atividades cerebrais.
O professor Yukiyasu Kamitani, um dos líderes do estudo, disse não estar surpreso com os resultados, mas animado com as possibilidades para a evolução da tecnologia: "Eu tinha uma forte crença de que a decodificação de sonhos seria possível, pelo menos para aspectos particulares". A pesquisa quer agora mapear sensações mais subjetivas, como emoções, cheiros e cores.
Os cientistas reforçam que ainda não é possível usar a metodologia de forma generalizada, mas apenas personalizada, já que depende de mapear funções cerebrais individuais, pois cada pessoa tem respostas neurais diferentes para estímulos visuais.
Fonte: Galileu.

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