Adolescentes gays, lésbicas ou bissexuais têm cinco vezes mais chances
de cometer suicídio do que jovens heterossexuais. Porém, um ambiente favorável
na escolas e na comunidade – o que, infelizmente, não acontece sempre – pode
fazer a diferença, sugere uma nova pesquisa.
O suicídio é a terceira principal causa de morte de jovens entre 15 a
24 anos – e os adolescentes gays, lésbicas ou bissexuais (LGB) são mais
propensos a tentar o suicídio, de acordo com os autores do estudo.
Liderado por Mark Hatzenbuehler, da Universidade de Columbia, Estados
Unidos, os pesquisadores entrevistaram mais de 30 mil alunos do Ensino Médio em
onze diferentes municípios no estado do Oregon. Os resultados mostraram que
cerca de 20% dos adolescentes GLB haviam tentado cometer suicídio nos 12 meses
anteriores à pesquisa, enquanto a taxa entre os heterossexuais foi de apenas
4%.
Os autores também analisaram o ambiente em que o aluno está inserido.
Eles estudaram as iniciativas por parte da escola – como políticas específicas
anti-bullying contra homossexuais ou políticas anti-discriminação -, a união
entre gays e heterossexuais – grupos de estudantes que trabalham para aumentar
a tolerância entre os jovens homossexuais e heterossexuais, por exemplo -, a
presença de casais do mesmo sexo na área e as tendências políticas do
município.
Jovens GLB jovens que vivem em um ambiente social mais favorável aos
homossexuais – com políticas anti-discriminação, por exemplo – têm 25% menos
probabilidade de tentar suicídio do que aqueles que vivem em ambientes
desfavorável. Surpreendentemente, um ambiente de apoio ao gays também tem
consequências positivas aos heterossexuais: jovens héteros possuem 9% menos
chances de tentar tirar a própria vida.
“Os resultados deste estudo são bastante atraentes”, avalia
Hatzenbuehler. “Quando a comunidade oferece apoio ao jovem gay e as escolas adota
medidas anti-bullying e políticas anti-discriminação que, especificamente,
protegem esses adolescentes, o risco de tentativa de suicídio cai para todos os
jovens, especialmente os GLB”.
Um estudo publicado no ano passado mostrou que o apoio dos pais também
pode desempenhar um importante papel no bem-estar de adolescentes gays,
lésbicas, bissexuais e transgêneros. Publicado no Jornal da Psiquiatria
Infantil e Adolescente, o estudo aponta comportamentos específicos dos pais,
tais como a defesa de seus filhos quando eles são maltratados devido à sua
identidade GLBT e o apoio de sua expressão sexual, estão ligados a um menor
risco de depressão, abuso de drogas, pensamentos suicidas e até mesmo
tentativas de suicídio na idade adulta.
Segundo os pesquisadores, as escolas devem iniciar e apoiar estes
tipos de políticas de apoio e alianças entre gays e heterossexuais. “A boa
notícia é que este estudo sugere um roteiro de como podemos reduzir as
tentativas de suicídio entre jovens gays, lésbicas e bissexuais”, comemora
Hatzenbuehler. “O estudo mostra que a escola que cria um ambiente confortável
para os jovens gays acaba ajudando os héteros também. Foram encontrados
melhores resultados na saúde de todos os jovens”, completa.
Fonte: LiveScience.
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