A falta de sono já foi apontada como responsável por vários problemas,
de direção perigosa a falhas de memória. Agora, pesquisadores acreditam ter
descoberto a razão: estudos com uma semana de duração realizados com grupos que
dormiram dez horas e seis horas, respectivamente, comprovaram mudanças significativas
na atividade genética.
Quando o sono se restringiu a seis horas por noite, os pesquisadores
observaram que 444 genes mostraram atividade suprimida, e 267 genes aceleraram
sua atividade. Esse genes controlam vários processos, do sistema imunológico do
organismo à sua reação ao estresse.
“Ficamos surpresos porque uma diferença relativamente pequena na
duração do sono provocou esse tipo de alteração”, explicou o autor do estudo, o
professor Derk-Jan Dijk, diretor do Centro de Pesquisas do Sono da Universidade
de Surrey, ao jornal The Guardian. “É um sinal de que a interrupção ou
restrição do sono faz mais do que nos deixar cansados”.
O estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National
Academy of Sciences, analisou padrões de sono de 25 homens e mulheres
saudáveis, que passaram duas semanas em um laboratório. Em uma, dormiram dez
horas, e na outra, seis. Durante as noites mais longas, a média de sono foi de
8,5 horas, e nas mais curtas, de 5 horas e 42 minutos.
Os genes que comandam os ciclos de sono e vigília do corpo foram
drasticamente afetados, o que significa que a falta de repouso pode provocar
distúrbios crônicos do sono.
No entanto, um especialista que não participou do estudo sugere uma
análise mais detida. “Temos que tomar cuidado para não generalizar tais descobertas
e aplicá-las, por exemplo, a pessoas que se sentem bem dormindo seis horas por
noite”, alertou Jim Horne, professor de psicofisiologia do Centro de Pesquisas
do Sono da Universidade de Loughborough, ao Guardian. “Além disso, o sono pode
se adaptar a alguma mudança e sua qualidade também deveria ser analisada, e não
só a quantidade”.
Fonte: Discovery.
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