Será que a disposição ao suicídio pode ser genética? Parece que sim,
segundo um estudo de cientistas espanhóis e americanos. Eles observaram que
existem três genes que, sofrendo mutação, podem produzir uma espécie de
“tendência” a suicídio.
Os pesquisadores desde o começo afirmam que seria ingenuidade
desprezar os fatores sociais e culturais por trás da vontade de tirar a própria
vida, é claro, mas dizem que 40% da base dessa “compulsão” tem origens no DNA.
Eles se basearam na ligação que existe entre os genes e o “comportamento
suicida”, um desvio mental que já vem sendo estudado há décadas pela
psiquiatria moderna.
Dados recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que quase
um milhão de pessoas se suicidaram em 2000, e a projeção é que em 2020 este
número terá aumentado para 1,5 milhões. Essa quantidade toda, segundo os
cientistas, se deve em parte graças aos polimorfismos (mutações) em três genes
responsáveis pela codificação para a secreção de hormônios relacionados ao
humor e o comportamento. A título de curiosidade, são eles: o receptor da
serotonina, 5-HT1E (HTR1E, rs10944288), a subunidade pi do receptor do ácido
gama-aminobutírico (GABRP, hCV8953491) e o alfa-2 actinina (ACTN2, rs707216),
genes cujas mutações podem aumentar os riscos de suicídio em pacientes com
quadro psiquiátrico.
É claro que uma pessoa pode viver bem e jamais pensar em dar cabo da
própria vida, nem por um instante, mesmo tendo os genes modificados. O que a
genética exerce nesse caso é uma tendência: pessoas cujas vidas já estejam com
as relações sociais desgastadas, e panoramas psiquiátricos preocupantes, têm
maior risco de suicídio caso possuam o gene modificado.
Fonte: Science Daily.
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