quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Pesquisa revolucionária sobre comportamento de pessoas em estado vegetativo estava errada


A revolução durou pouco – pouco mais de um ano. Foi esse o período em que os cientistas acreditaram que pessoas em estado vegetativo podiam ouvir e interpretar comandos externos de voz. Parece que os resultados do tal estudo revolucionário, publicado no final de 2011, foram obra do acaso.
A pesquisa, cujo título é Bedside Detection of Awareness in the Vegetative State: a Cohort Study, algo como “Detecção de Consciência no Estado Vegetativo: Um Estudo de Coorte” (coorte significa que as pessoas passaram pelo mesma situação no mesmo período), foi financiada por entidades bastante tradicionais e foi publicada na The Lancet, uma das publicações médicas mais importantes e antigas do mundo. Agora, a mesma publicação acaba de publicar uma espécie de revisão desse estudo.
De acordo com essa re-análise tudo não passou de uma coincidência. No experimento original, os pesquisadores pediam para 16 pacientes em estado vegetativo para que eles mexessem as mãos ou os dedos dos pés. A atividade cerebral de todos estava sendo monitorada e, em três casos, o comportamento foi análogo ao de pessoas que de fato entendiam o que lhes era pedido.
Esse achado significa que ali havia compreensão de linguagem e memória de curto prazo – por isso a reviravolta na época. De acordo com a “réplica”, houve uma série de enganos em relação ao método e à própria análise dos dados. A duração das atividades em relação à duração do período de descanso, por exemplo, foi contestada. Apesar de listar uma outra serie de incongruências técnicas bastante específicas, os pesquisadores fazem questão de dizer que os erros do estudo de 2011 não aconteceram por má fé.
Fonte:  New York Times.

Nenhum comentário:

Postar um comentário