Tendemos a atribuir valores morais mais positivos às pessoas que
achamos atraentes. Na maior parte dos contos clássicos, as heroínas são cheias
de virtudes e, principalmente, jovens e atraentes, perfeitas para seduzir
príncipes e despertar a inveja em bruxas e madrastas. Amplamente divulgado pela
indústria cultural, o estereótipo de que “o que é bonito é bom” está arraigado
em nosso inconsciente e influencia nossos julgamentos. Pelo menos é o que
afirma um estudo da Universidade Hebraica de Jerusalém: depois de ver vídeos
nos quais mulheres desconhecidas liam a previsão do tempo, voluntários tenderam
a atribuir traços de personalidade e valores morais mais positivos às que
achavam mais atraentes.
A pesquisadora Lihi Segal-Caspi e seus colegas recrutaram 118
universitários e os dividiram como “alvos” e “juízes”. O primeiro grupo
respondeu a um questionário que avaliava sua personalidade e, em seguida, cada
um deles gravou um vídeo no qual entrava em uma sala, olhando para a câmera, e
lia em voz alta um texto sobre o clima. Depois, o segundo grupo assistiu às
cenas e opinou sobre as pessoas que viu. De acordo com Lihi, os homens “juízes”
conferiram às mulheres “alvo” características consideradas mais desejáveis,
como sociabilidade, amabilidade e responsabilidade. “O mais interessante é que
também as consideraram mais propensas a apresentar valores morais, como
tolerância, independência e respeito”, diz Lihi. No entanto, como a
pesquisadora relatou na Psychological Science, o julgamento não correspondeu à
realidade: as respostas dos questionários mostraram que voluntárias
consideradas belas tendiam mais ao egoísmo, à autopromoção e à conformidade.
Fonte: Scientific American.
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