Segundo os cientistas, a literatura afeta o cérebro dos jovens, mas eles ainda não sabem exatamente como. O que eles sabem é que, definitivamente, as mentes dos adolescentes são mais suscetíveis a influências do que a dos adultos – tanto a partir de outras pessoas e experiências, como a partir de livros, filmes e músicas.
Por exemplo, a nova febre entre os adolescentes, a saga “Crepúsculo”,
exibida tanto em forma de livros como filmes, poderia estar afetando o
funcionamento dinâmico do cérebro adolescente em formas que os cientistas ainda
não entendem.
Segundo eles, algumas novas descobertas identificaram manchas no
cérebro que respondem à literatura e à arte. Educadores, cientistas e autores
estão se reunindo na Inglaterra justamente para discutir de que forma esses
livros e filmes estão afetando as mentes dos adolescentes.
Ao longo da última década, os pesquisadores descobriram que o cérebro
adolescente processa as informações diferente do cérebro mais maduro. Ele é
mais propenso a responder a situações emocionalmente, e menos propenso a
considerar as consequências por antecipação racional.
Isso porque na adolescência o córtex pré-frontal, a parte do cérebro
responsável pelo raciocínio e avaliação de risco, passa por um surto de
crescimento pouco antes da puberdade, seguido por um período de organização e
de supressão das vias neurais.
Os pesquisadores também debateram o impacto das obras nos
adolescentes, psicologicamente falando. A série Crepúsculo tem como
protagonistas o casal Bella e Edward. A história é de uma adolescente que se
apaixona por um vampiro “muito mais velho”. Alguns críticos alegam que a
passividade de Bella, e a mensagem de abstinência até o casamento, são
anti-feministas.
A argumentação é de que a história propaga valores muito conservadores
que de modo algum endossam o pensamento independente, o desenvolvimento pessoal
ou a posição da mulher como uma criatura independente.
Os pesquisadores estão interessados em entender o apelo dessas obras
obscuras nas mentes dos jovens, e porque eles são especialmente cativados por
histórias com vampiros, zumbis e temas pós-apocalípticos.
Os críticos também alegam que os autores de livros destinados a
adolescentes devem ter uma responsabilidade moral de incluir positividade e
esperança em suas obras. Segundo eles, o mundo precisa estar ciente do quanto
os jovens são influenciados por aquilo que lêem ou assistem, e se eles lêem
livros onde não há esperança em nada, isso pode ser prejudicial.
O encontro e a discussão dos pesquisadores é apenas um marco desses
estudos inicias da mente jovem e sua interação com a literatura.
Fonte: LiveScience.
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