Os autores da página Across the Universe: from quarks to quasars
publicaram um pequeno texto reflexão sobre o tempo, assinado por Rawy Shaaban.
A ideia de que o tempo é uma linha ligando o passado, o presente e o
futuro traz um questionamento: seria o tempo uma “direção”? “Nós parecemos
estar nos movendo para frente no tempo, mas podemos apenas ver eventos que já
ocorreram”, diz Shaaban.
Ao invés de prosseguir com a noção de “linha”, ele aborda a questão da
medição da passagem do tempo, feita com base na movimentação da Terra ao redor
do sol. “Manhã, tarde e noite estão relacionadas à presença ou ausência do sol
no céu”, lembra. O próprio deslocamento dos ponteiros de um relógio analógico
resgata esse movimento radial.
Medimos a passagem do tempo com base em movimento, mas também fazemos
o inverso: dizemos que um carro levou horas para fazer um percurso, ou que o
coração de uma pessoa bate um determinado número de vezes por minuto. “O tempo
pode ser apenas uma ‘moeda comum’ ou uma unidade de movimento com a qual todos
os outros movimentos são medidos, tornando mais fácil a descrição do mundo, mas
sem ter uma existência independente”, sugere o autor. “Medir processos (de
movimento) usando tempo é como usar dinheiro ao invés de troca direta de
mercadorias”.
Curiosamente, o presente não pode ser restrito a uma medida de tempo.
Quanto dura o “agora”? Um segundo? Um milésimo de segundo? Vivemos nesse
pequeno (e, ao mesmo tempo, imensurável) intervalo entre o passado e o futuro –
que podem ser medidos, mas não acessados.
“Isso sugere que nossa percepção do tempo como passado, presente e
futuro pode ser apenas uma ilusão criada por nossa mente em uma tentativa de
entender o mundo em transformação que nos cerca”, afirma. Nesse caso, como as
mudanças do mundo ocorreriam se não existisse o tempo? E a pergunta inicial
permanece
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