Com uma ajudinha da web, não precisamos mais nos lembrar de compromissos, de endereços, de aniversários ou de nomes. Agora, estamos acostumados a lembrar onde encontramos informações, em vez de gravar a informação em si.
Cada vez mais pesquisas são capazes de mostrar os números por trás desse fenômeno. Os psicólogos do site ForensicPsychology.net fizeram um apanhado desses dados e apontam que, coletivamente, passamos 35 bilhões de horas na internet por mês, e que 61% dos internautas admitem estar viciados na web.
Consumimos o triplo de informação do que há 50 anos. E, como se isso já não fosse suficiente para mexer com o seu cérebro, não fazemos as coisas com calma: tudo acontece ao mesmo tempo. No trabalho, mudamos de janelas pelo menos a cada dois minutos, alternando entre emails, redes sociais, documentos, notícias.
O internauta padrão passa cerca de 8 horas por mês no Facebook. No fim do ano, é como se você passasse 4 dias vidrado na rede, sem parar, fuçando a vida de uma média de 245 amigos (isso que só conhecemos pessoalmente 73% e só convivemos de verdade com 4% deles).
O que esse fenômeno causa?
Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, nossa capacidade de resolver problemas e nossa criatividade diminuem – afinal, não somos capazes de nos concentrar. E, então, surge o Google e outras ferramentas de pesquisa para substituir nossa reflexão. Não sabe como montar um currículo? Pergunte ao Google. Seu computador está dando erro? O Google ensina a resolver. Não sabe o que dar de presente para sua mãe? Não tem problema, o Google tem a sugestão perfeita.
Coletivamente, fazemos 3 bilhões de perguntas como essas para o Google diariamente. Com isso, os especialistas consideram que o mecanismo está substituindo nossa memória. Na era pré-internet, ao precisarmos buscar informações, tínhamos todo um trabalho de pesquisa – conversávamos com mais gente, líamos livros, jornais e revistas. Com todo esse esforço, nosso cérebro lembrava dos resultados claramente depois que conseguíamos a resposta.
Agora, com a pesquisa automática (que até preenche o campo de pesquisa automaticamente, sem que você precise digitar as palavras até o fim), o cérebro ficou mais folgado. É fácil conseguir a informação, então, por que lembrar dela?
Pelo menos estamos felizes com isso, certo? Errado. Usuários da internet têm mais do que o dobro de chances de serem pessoas deprimidas e 20% a menos matéria branca (uma “geleia” que transmite sinais nervosos pelo nosso cérebro). Isso altera nossa sensibilidade a emoções, nossa memória e nossa oratória.
Fonte: Galileu.
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