sexta-feira, 29 de março de 2013

Nutriente do cacau ajuda a aprimorar memória e raciocínio


Além de favorecer funcões cognitivas, flavonóides também combatem hipertensão. Um recente estudo feito por cientistas da Universidade de L’Áquila, na Itália, em parceiria com a empresa Mars, Inc., publicou uma descoberta que provavelmente agradará a muitos amantes de chocolate: consumir bebidas que contenham flavonóides, susbtâncias naturais presentes no cacau cru, ajuda a melhorar funções cognitivas, como memória e raciocínio. Os pesquisadores analisaram um grupo de 90 idosos com dano cognitivo brando (MCI), um problema cerebral precursor do Alzheimer, e verificaram notável aumento na fluência verbal e no nível de atenção dos participantes que consumiram o composto todos os dias ao longo de 8 semanas.
O motivo da melhora de funções cognitivas ainda é um mistério entre os pesquisadores, mas eles acreditam que o fato possa estar relacionado a um tipo específico de flavonóide, a (-)-epicatequina. Segundo os cientistas, o nutriente ajuda a aumentar a circulação do sangue e estimular o crescimento de vasos sanguíneos, o que favorece a oxigenação no cérebro, melhorando suas funções.
Os resultados preliminares apontam que o composto também pode ajudar a combater  hipertensão. Entre os índios Kuna das ilhas do Panamá, é comum o hábito de tomar em média cinco copos de bebida de cacau rica em flavanóis. Em comparação com a população Kuna do continente, que não tem o mesmo costume, os primeiros apresentam uma taxa muito menor de hipertensos em sua população.
O nutriente também mostrou resultados promissores relacionados a memória de animais. Em um estudo recente, o neurocientista Fred Gage e sua equipe, do Salk Institute, na Alemanha, administraram o composto em lesmas e descobriram que a substância ajudou a aumentar a capacidade dos moluscos de se lembrarem de comandos ensinados pelos pesquisadoros. Segundo o artigo, publicado no Journal of Experimental Biology, o tempo máximo passou de três horas, sem o uso do flavonóide, para mais de um dia inteiro após sua aplicação.
No entanto, poucos produtos apresentam quantidades significativas de (-)-epicatequina. Além disso, o processo de preparação e armazenamento de alimentos que contêm o composto (além do cacau, também vinhos, maçãs e chás) pode prejudicar a ação do nutriente. Os pesquisadores também apontam que ainda não há um padrão para  consumo. Para ingerir 50mg de flavonóides, por exemplo, a mesma quantidade utilizada pelos cientistas da Universidade de L’Áquila, seria preciso comer entre 10 e 20 barras de chocolate por dia, porção com altos níveis de gordura e açúcar que não compensa os benefícios cerebrais.
Fonte: Scientific American.

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