domingo, 27 de maio de 2012

Seu protetor solar é seguro? Apenas 25% deles são, segundo pesquisa

Na hora de ir para a praia, o melhor amigo do homem é o protetor solar. Mas será que o seu é, de fato, seguro?
O grupo não governamental EWG (na sigla em inglês) testou 800 filtros solares e chegou à conclusão que apenas 25% são eficazes em proteger a sua pele dos raios ultravioletas, e são feitos sem ingredientes tóxicos.
Para entrar na lista dos bem quistos, os protetores devem ser livres de oxibenzona – sunstância que filtra os raios do sol, mas que pode ser cancerígena –, retinil palmitato – ativo derivado do ácido retinóico, que combina proteção UVB com antioxidante, mas que é alergênico –, não ter fator de proteção solar (FPS) acima de 50 e proteger contra raios UVA e UVB.
A maioria dos dermatologistas ouvidos por mídias norte-americanas concorda com as recomendações do grupo EWG, mas esse índice alarmante não se restringe aos Estados Unidos.
No Brasil, metade dos dez protetores solares mais vendidos não é eficaz, segundo pesquisa realizada pelo Pro Teste, da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
Só dois dos dez protetores avaliados realmente protegem contra raios solares, e somente três – L’Oréal Solar Expertise, Cenoura & Bronze e o Hélioblock da La Roche-Posay – não possuem em sua composição o benzophenone-3, uma substância cancerígena proibida em vários outros países.
Por isso, atenção nas suas escolhas. Da próxima vez que for pegar um filtro solar da prateleira da farmácia ou do supermercado, cheque os detalhes importantes que fazem toda a diferença.
Fonte: Hypescience.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ansiedade, fobia ou pânico

Ainda que as sensações provocadas por esse trio da tensão sejam muito parecidas, os circuitos nervosos nos 3 casos não são os mesmos. O que todas têm em comum é a capacidade de ativar nosso sistema de defesa.

Otimistas encaram melhor os desafios
Ao longo do século 20, a ciência sofisticou o conceito e descobriu que os benefícios variam com a personalidade de cada um. Os mais otimistas, por exemplo, tendem a encarar a ansiedade como um desafio e melhoram sua performance. Com os pessimistas, ocorre o contrário: pioram seu desempenho sob algum nível de estresse, mostrando que o padrão do U invertido não vale para todos.
“Algumas pessoas necessitam de um nível alto de excitação para alcançar uma performance satisfatória, enquanto outras atingem seus objetivos com o mínimo. Quem opta por atividades de alto risco, como dirigir carros de corrida ou pilotar aviões de caça, busca um nível de excitação muito mais alto do que o normal e funcionam melhor nesse patamar”, diz Emeran A. Mayer, diretor do Centro de Neurobiologia do Estresse da Universidade da Califórnia, nos EUA.
Em 2010, um estudo do laboratório de Genética Comportamental da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, comprovou a teoria do U e reforçou a noção de que a personalidade tem papel importante na definição de quem se beneficia de doses moderadas de tensão. Cientistas colocaram ratos em um labirinto aquático. Caso encontrassem uma vez a saída, os roedores teriam de ser capazes de identificá-la novamente e, dependendo do tempo na busca, ficavam perturbados. Os animais nadaram em 3 temperaturas: 16 °C, 19 °C e 25 °C. Quanto maior o frio, maior o desconforto dos animais, que passam a explorar o tanque em estado de ansiedade ou estresse. Depois do desafio, era medido o nível de corticosterona (o hormônio do estresse nos animais, equivalente ao cortisol nos humanos). O resultado confirmou a expectativa: os roedores com a melhor performance foram os da piscina com a temperatura intermediária, o que comprovava a constatação da dupla face da ansiedade. Se o estado de tensão apenas prejudicasse, os ratos teriam se saído melhor na mais confortável. O estudo revelou que havia uma sensível diferença na forma como as funções cognitivas eram afetadas pelo hormônio. Os ratos que ficaram procurando a saída enlouquecidamente iam bem até o momento que o excesso de tensão fazia o desempenho decair, e o padrão era recorrente a cada nova sessão. Nos outros, o desempenho apresentava formas diferentes que fugiam do U invertido. Ou seja, o padrão da excitação ideal existe, mas o gráfico podia ter o formato de um V invertido, com queda rápida de desempenho, ou de uma pequena colina, indicando que o nível ideal pode ser mais baixo dependendo da cobaia.
Corpo em alerta
O circuito da ansiedade normal e da patológica é o mesmo. O que o diferencia da simples tensão da doença é a frequência e a intensidade, que é o que determina a descarga dos hormônios do estresse.

Teste seu nível de ansiedade
Fonte: Galileu.

Delete Freud de sua vida

Durante o século 20, terapeutas de várias linhas, em especial psicanalistas, acreditaram que relembrar eventos traumáticos é fundamental para a cura. Seria necessário experimentar mentalmente os fantasmas de nosso passado a fim de diminuir seu impacto emocional. Essa crença começou a desaparecer nos anos 90. À medida que a neurociência evoluiu, graças às tecnologias de visualização do cérebro, passou-se a identificar os centros físicos da memória e a projetar um futuro em que será possível apagar lembranças desagradáveis. Isso será mais eficiente do que qualquer terapia.
A personalidade costuma ser definida como o resultado da formação familiar, da experiência pessoal e das escolhas feitas ao longo da vida. O caráter era formado pelas respostas aos estímulos do cotidiano e alterado por momentos de extrema dor ou choque. Ou seja: era resultado direto da nossa memória. Um acontecimento traumático muito marcante poderia mudar toda uma vida, a não ser que seu impacto fosse minimizado — aí, ele continuaria lá, como uma ruga ou uma cicatriz, mas estaria mais ou menos superado. É assim que as pessoas imaginam sua história.
Para os neurocientistas, o problema com lembranças ruins é que despertam reações químicas que atrapalham o funcionamento do cérebro. Mas há como reverter isso. Os pesquisadores argumentam que esse órgão não é uma parede, construída tijolo por tijolo, mas sim um tapete persa, constituído por fios entremeados. A carga genética, as experiências pessoais, a formação familiar, tudo se soma para formar o que somos. Mas a base, o fio do tapete, é uma rede de neurônios, que responde a reações químicas. A memória está localizada em partes específicas desta rede. Se alguma lembrança atrapalha o todo, bastaria resgatar o equilíbrio químico original.
Uma das soluções para isso se baseia em medicamentos. Soldados americanos que voltaram do Iraque com experiências traumáticas foram submetidos a tratamento com propranolol, um químico geralmente usado para prevenir infarto do miocárdio e, que neste caso, serviu para apagar a memória recente. A substância, que só tem esse efeito se ministrado pouco tempo depois do trauma, também teve bons resultados em uma experiência liderada pelo médico Roger Pitman, da Universidade Harvard, com vítimas de acidentes traumáticos.
O próximo passo, por enquanto sonhado mas não testado, vai ser a cirurgia para remover memórias específicas — tal como no filme Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças (2004). A rede de neurônios é um fio entremeado, mas a memória tem endereço certo: o córtex pré-frontal infralímbico. É ali que médicos pretendem mexer, assim que conseguirem selecionar as conexões das más lembranças. Quando este momento chegar, poderemos tratar dos traumas com uma simples cirurgia, e não com anos e anos de terapia.
Fonte: Galileu.

Quando a ansiedade é sua amiga

Todo mundo é ansioso, não adianta querer escapar. Inimigo quando toma conta do corpo e da mente, o sentimento de alerta diante dos desafios também pode ser um aliado. Descubra como identificar a ansiedade em excesso e vire o jogo ao seu favor.
Uma espécie de alarme natural contra as ameaças externas, a ansiedade cumpriu a função de proteger nossos ancestrais ao longo da evolução. Aqueles que não sentiam um frio na barriga antes de situações perigosas provavelmente foram vítimas da própria imprudência — mortos por terem calculado mal os riscos diante de predadores. Quem sobreviveu certamente sentia as mãos suadas, o frio na barriga e a excitação (principais sintomas da ansiedade) diante do desafio, e perpetuaram a espécie.
Apesar das evidências dos benefícios evolutivos de um nível de ansiedade moderado, o assunto causa certa confusão — ela é boa ou ruim? Afinal de contas, os transtornos de ansiedade são uma espécie de epidemia social. Estima-se que de 3% a 5% das pessoas sofram de algum distúrbio ligado à ansiedade, como o transtorno obsessivo-compulsivo, fobias e síndrome do pânico. Os números variam de um país para outro, mas não é exagero dizer que a ansiedade está na origem do grupo mais comum de doenças mentais no mundo.
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria que mapeou a prevalência de doenças na população brasileira constatou que entre 8% e 18% tinha transtornos de ansiedade na década de 1990, colocando esse tipo de distúrbio na liderança das doenças mentais no Brasil. Com tantos números que comprovam os prejuízos da ansiedade, é fácil entender por que a encaramos mais como inimiga do que aliada. Mas, embora os sintomas da ansiedade apareçam diariamente para todo mundo, também é verdade que para a maioria da população isso não chega a virar um distúrbio. Ou seja, por que só parte da população desenvolve uma doença enquanto um grande grupo convive em harmonia com esse estado de atenção? Porque a ansiedade, o medo e o estado de alerta existem para nos preparar e proteger.
DESAFIOS PESSOAIS
Às vésperas do casamento, do nascimento de um filho ou durante a doença de alguém querido, dividir a angústia e se distrair são boas estratégias para evitar que a nossa mente fique repassando as previsões pessimistas em looping. “Quando a pessoa sentir que não tem controle sobre o seu nível de ansiedade é porque ela pode disparar, deixando a pessoa muito assustada”, alerta Ana Maria Rossi, presidente da Isma (International Stress Management Association) no Brasil.
APROVEITE O ESTADO DE ALERTA: Use a energia extra que antecede o casamento para os preparativos. Você está esperando a resposta de um novo emprego e não consegue ficar quieto? Aproveite para queimar umas calorias na academia. Preocupado com os efeitos de uma situação na família? Antecipe os problemas e converse com os envolvidos.
EVITE QUE ELA ATRAPALHE: Técnicas de relaxamento e respiração acalmam, pratique regularmente. E conte com os amigos. Além de ajudarem a dissipar a ansiedade, eles podem oferecer um ponto de vista diferente que pode ajudar a desviar os pensamentos negativos.

EM PÚBLICO
Antes de participar de um evento, apresentar um trabalho a um cliente ou falar para uma plateia, dominar o tema são medidas cruciais. Mas os cuidados não param aí. Também não adianta virar a noite: com sono, você pode ter aparência cansada e lapsos de memória.
APROVEITE O ESTADO DE ALERTA: Aprenda a transferir a excitação para uma boa entonação da voz e reforçar os gestos. “Artistas canalizam essa ansiedade na tensão do gesto ou da voz para criar um momento mais dramático”, argumenta Ana Maria.
EVITE QUE ELA ATRAPALHE: Carregue só o necessário e faça anotações para evitar confusões. Se você costuma suar muito, tome água e use uma roupa que esconda manchas que podem colocá-lo em situação embaraçosa.
Fonte: Galileu.

terça-feira, 15 de maio de 2012

A doçura do afeto

Pesquisa sugere que o uso de glicose e o contato pele a pele com a mãe pode atenuar sintomas de dor em recém-nascidos prematuros e bebês doentes.
Quem nunca ouviu dizer que água com açucar e colo de mãe acalmam os nervos? Praticadas de forma intuitiva, as dicas da vovó agora recebem comprovação científica. Para chegar a essa conclusão, a pediatra Aurimery Gomes Chermont submeteu 640 bebês recém nascidos a uma solução glicosada (água com açucar) e colocou as crianças em contato direto com a pele da mãe por dois minutos. antes e durante um evento doloroso. A estratégia não só reduziu os indicadores de dor – mímica facial, freqüência cardíaca e saturação de oxigenação – como também diminuiu o tempo de duração desses sintomas. Os resultados fazem parte da tese de doutorado da pediatra e foram publicados pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Os bebês foram divididos em quatro grupos: o primeiro recebeu glicose, o segundo foi colocado em contato direto com a pele da mãe e o terceiro recebeu as duas abordagens. Havia também um grupo controle.  A pesquisadora constatou que que a solução glicosada foi eficiente para a estabilização de parâmetros fisiológicos de dor e argumenta que o fenômeno ocorreu devido à liberação de opioides endógenos (substâncias “calmantes”, produzidas pelo próprio organismo), pela estimulação de receptores gustativos na cavidade oral.
O contato pele a pele também conseguiu diminuir a duração da resposta à dor e atenuar a experiência dolorosa. Ainda não há consenso sobre a origem desse efeito analgésico, mas acredita-se que derive de uma estimulação sensorial múltipla, na qual o toque, o cheiro da mãe e o fato de o bebê escutar os batimentos cardíacos maternos talvez bloqueiem a chegada do estímulo ao sistema nervoso central, por ativação de vias inibitórias descendentes do córtex cerebral, por meio de interconexões sinápticas na própria medula espinal. A associação da glicose com o contato pele a pele foi mais eficaz na redução da dor do que cada uma das medidas analgésicas isoladas, de acordo com três escalas validadas de dor, demonstrando a presença de um efeito aditivo das duas abordagens não-farmacológicas para o alívio da dor aguda no período neonatal.
Segundo a pesquisadora, os próximos passos de seu estudo devem avaliar a eficácia de soluções mais concentradas da glicose na redução da dor durante procedimentos dolorosos agudos rotineiros no atendimento neonatal. Outra linha de pesquisa deverá aprofundar a análise da associação da glicose com o contato pele a pele, a fim de formular diretrizes e indicações mais precisas para seu uso no atendimento dos recém-nascidos prematuros e criticamente doentes.

O poder da maquiagem

Um rosto feminino bem pintado pode tornar espécimes do “sexo forte” mais generosos, propensos a se deixar seduzir, e até mesmo alterar as capacidades cognitivas masculinas.
São poucas as mulheres que se arriscam a sair de casa sem pelo menos uma cor nos lábios – ou levar um batom na bolsa, para casos de “emergência”. Não por acaso, mesmo em tempos de crise, a indústria dos cosméticos continua próspera. Bases e corretivos para as olheiras, blush e gloss são usados todos os dias por milhões de consumidoras no mundo todo. E não há novidade nisso, trata-se de uma prática milenar. No fundo, prevalece a crença de que um rosto mais colorido é sinal de beleza e aparência saudável – e, em última instância, nos tornará aceitas e bem tratadas. O curioso é que essa percepção encontra respaldo científico. Já há alguns anos, pesquisadores têm se dedicado a entender como a ação dos cosméticos influi na percepção e no comportamento da maioria das pessoas, provocando a impressão de que mulheres maquiadas com discrição e sem exageros são mais competentes, seguras e emocionalmente estáveis.
E isso se deve, pelo menos em parte, aos cosméticos. Cremes e bases corretivas, por exemplo, deixam a pele mais lisa, aumentam sua firmeza e brilho e eliminam impurezas. Resultado: as pessoas parecem mais jovens e, principalmente, mais saudáveis. Durante uma experiência na Universidade de Aberdeen, na Escócia, vários rostos femininos foram fotografados e, posteriormente, algumas imagens, com diferentes tipos de pele, foram mostradas a um grupo de homens. Foi solicitado que indicassem as fotos que, em sua opinião, correspondiam a mulheres com pele mais sadia. Depois disso, veriam os rostos inteiros e poderiam avaliar se de fato eram bonitos.
A experiência revelou que peles consideradas mais saudáveis eram justamente das pessoas classificadas como mais atraentes. Também foi observado que, quando uma mulher usa base, é vista como mais bonita e em melhores condições de saúde. O pesquisador Robert Mulhern e seus colegas da Universidade de Buckinghamshire, na Grã-Bretanha, pediram a alguns homens que avaliassem a beleza do rosto de algumas mulheres, com idade entre 31 e 38 anos. Antes da sessão de fotos, todas foram submetidas a uma limpeza profunda da cútis. Para evitar distorções, as imagens mostravam apenas o rosto de cada voluntária, e o penteado era idêntico. De acordo com o caso, a maquiagem foi feita nos olhos, nos lábios, na pele, em todo o rosto ou optou-se por não aplicar absolutamente nada. Os homens e as mulheres que viam as fotos deveriam dizer o quanto a pessoa fotografada parecia atraente, usando para isso escalas de avaliação da beleza. Também lhes foi pedido que indicassem a foto que consideravam mais fascinante dentre as cinco de cada modelo. Como era de prever, as avaliações positivas foram feitas principalmente quando a pintura tinha sido aplicada simultaneamente nos lábios, olhos e pele. A maquiagem dos olhos tinha poder de atração mais forte, seguida da pele e dos lábios. Mas a impressão de beleza era maior se apenas uma área do rosto estivesse enfatizada.
Obviamente, o uso dos produtos cosméticos surgiu em uma época em que o ser humano já tinha parcialmente se distanciado do rastro evolucionista para agir segundo critérios culturais ou de livre escolha. Mas este rompimento na escala evolutiva da nossa espécie é ainda suficientemente próximo para nos deixar sempre sensíveis a esses indícios que outrora eram essenciais na busca de um parceiro: saúde, juventude, simetria no rosto e capacidade de inspirar confiança. Parece que os cosméticos, e particularmente a maquiagem, ainda são capazes de suscitar as sensações que no passado eram indispensáveis.
Fonte: Mente, cérebro.

Cientistas testam remédio que não deixa você ficar bêbado

Eles querem que você beba e não sinta nada. Absolutamente nada. Adeus, fala enrolada, declarações sinceras de amor e amizade, tropeços, euforia… Parece um pouco estraga prazer, mas o objetivo é nobre: ajudar na cura do alcoolismo.
A mágica está numa substância chamada iomazenil. Pesquisadores da Escola de Medicina de Yale acreditam que ela consiga cortar os efeitos do álcool no cérebro. Ou seja, aquela produção extra de serotonina (neurotransmissor responsável pelo controle do prazer, humor e ansiedade) que o álcool estimula não vai mais acontecer. Seria o fim dos porres inventados para afogar as mágoas ou para perder a timidez. Beber não faria nenhum efeito e perderia a graça. E, se não tem graça, as pessoas bebem menos. (Para entender direito como o álcool age no cérebro e no corpo todo, é só clicar aqui)
“Uma medicação que tem o potencial de bloquear as ações do álcool no sistema nervoso central poderia agir como um medicamento único no tratamento de intoxicação alcoólica e alcoolismo”, explica Deepak D’Souza (as aspas são do Daily Mail).
Os pesquisadores já comprovaram a eficácia do iomazenil com alguns testes. Mas ainda há mais por vir. Voluntários, entre 21 e 35 anos, irão tomar o medicamento antes de começar a bebedeira e, depois de algumas doses, participarão de testes em um simulador de direção. Se tudo correr como os cientistas esperam, os motoristas não devem mostrar problemas na coordenação motora.
Fonte: Superinteressante.

Cuidado com gente falsa!

terça-feira, 8 de maio de 2012

As coisas mais bizarras que já caíram do céu

Durante toda história da humanidade relatos curiosíssimos foram registrados por pessoas que viram e até experimentaram coisas que caíram do céu. Confira algumas:
Em 1876 um pedaço de carne de quase dez centímetros caiu dos céus da cidade de Olympian Springs, em Kentucky, nos Estados Unidos. De acordo com o Louisville Commercial, "Dois cavalheiros, que provaram a carne, expressaram a opinião de que era ou de carneiro ou carne de veado." Um cientista da Sociedade Micoscópica da Grã-Bretanha, teorizou que urubus haviam se alimentado de cavalos mortos, voado sobre a cidade e depois vomitaram os fragmentos.
Em junho de 1997, um homem que pescava ao longo da costa das Ilhas Malvinas bateu e ficou inconsciente por dois dias depois que uma lula congelada caiu em sua cabeça. Como a lula chegou lá, ninguém sabe.
Em 2008 um andarilho escocês tropeçou em uma pilha enorme de geléia de uma cor clara. Depois que ele contou seu relato na rádio BBC, vários outros ouvintes ligaram contando terem visto a mesma coisa e enviaram fotos da “geléia” encontrada em diversos pontos do país. Muitos especularam que pássaros teriam comido sapos ou rãs e regurgitado os ovários tóxicos. Cientistas do Instituto de Pesquisas do Uso da Terra de Macaulay, no Reino Unido, fizeram o teste de DNA com a substância e os exames foram inconclusivos.
Uma chuva de sapos, girinos e peixes, atormentou a prefeitura de Ishikawa, no Japão, em 2009. Para cientistas a hipótese é de que o fenômeno foi causado por fortes tornados de água que acontecem sazonalmente, que teriam sugado esses animais e os arremessado em terra depois de desfeitos.
Em janeiro deste ano um homem em Dosert, Inglaterra, encontrou cerca de vinte esferas azuis translúcidas e gelatinosas com aproximadamente três centímetros, espalhados em seu quintal. Cientistas da Universidade de Bournemouth especularam que as esferas seriam ovos de criaturas marinhas. Mais tarde descobriu-se que eram feitas de poliacrilato de sódio, substância usada em jardins e fraldas para absorver água.
Fonte: Galileu.

Quando pensar demais atrapalha

Do raiar do dia ao anoitecer, a vida é feita de decisões. Basta haver alternativas. Algumas decisões são simples, pois envolvem poucos fatores a considerar, e são resolvidas facilmente com um pouco de atenção e memória de trabalho, essa capacidade do cérebro de manter girando, para acesso imediato, umas três ou quatro informações, como bolas de malabarismo no ar. Por exemplo, ao decidir o que vestir para sair de casa, você leva em conta algumas questões: está calor? Há algum encontro importante previsto? Vai andar muito ou passará o dia na frente de um computador? Ao considerar essas informações, uma consulta rápida dos itens disponíveis no armário leva a uma decisão racional e, geralmente, acertada.
Quando há mais fatores envolvidos, contudo, tomar uma decisão ponderando conscientemente todas as alternativas pode ser um problema. Se você vai comprar um carro, por exemplo: você quer um novo ou usado? De qual marca? Qual cor? Por qual preço? Movido a álcool, gasolina, ou os dois? Motor 1.0, 1.2, 1.4, 1.6, 1.8 ou 2.0? Com ar-condicionado e direção hidráulica? Freios ABS? Com dezenas de informações a considerar atentamente, a memória de trabalho pede socorro: malabarista-mor das habilidades mentais, ela somente consegue lidar atentamente com até umas sete ou oito informações de cada vez. As demais escapam à atenção. Se você tentar decidir conscientemente nessa hora, julgando todas as combinações de todos os itens de todos os carros disponíveis e sua conta bancária, a chance de a melhor delas escapar à sua atenção e você se tornar mais um consumidor insatisfeito é muito grande.
O que fazer, então? Segundo psicólogos da Universidade de Amsterdã, na Holanda, tudo muda se, antes de tomar uma decisão complexa (mas depois de se informar a respeito!), você for passear, se ocupar com outra coisa; talvez dormir, como recomendam os americanos (“Sleep on it!”). Até para resolver problemas de matemática funciona: fazer antes qualquer coisa que desvie sua atenção da escolha a ser feita. Após a distração, as chances de uma boa opção, e de ficar contente com ela, são muito maiores do que se você tivesse ficado repassando conscientemente todas as alternativas.
Se isso soa irresponsável, lembre que deixar seu cérebro se virar sozinho, sem tentar prestar atenção em seus processos, é bem diferente de tomar decisões impulsivas. Deliberar sem prestar atenção consiste em deixar o cérebro rodar todas as informações adquiridas previamente sobre as alternativas, mas sem a limitação da supervisão atenta. O resultado da deliberação-sem-atenção, assim, é uma resposta não apenas de um raciocínio sobre quatro ou cinco informações, mas de todo um cérebro com acesso a todas as informações disponíveis, novas e antigas, suas preferências inatas e aprendidas, e até mesmo aquela lista enorme de itens sobre carros e contas bancárias. Se tem mais areia do que o caminhãozinho cerebral da atenção dá conta, melhor deixar o cérebro resolver o assunto escondido da supervisão atencional.
Para tomar decisões complexas, que envolvem muitos fatores, fica a dica da neurociência: informe-se bem para alimentar seus processos deliberativos e, depois... vá ao cinema, durma, passeie com os amigos: dedique sua atenção limitada a outras coisas menos complexas enquanto seu cérebro delibera, livre de supervisão. Quando ele chegar a um veredicto, você saberá – porque a resposta à pergunta “E aí, qual carro você vai comprar?” sairá naturalmente, como que por mágica...
Fonte: Mente, cérebro.

Bebês são preconceituosos? Com 9 meses, eles já entendem melhor e diferenciam mais pessoas da sua própria raça

Um novo estudo apontou que bebês tão novos quanto 9 meses são melhores em reconhecer emoções e expressões faciais de pessoas de sua própria raça, e tendem a achar que pessoas de outras raças “são todas iguais”.
Mas, não, isso não significa que todos somos “preconceituosos” por natureza. Embora os bebês nasçam com um certo “vazio” de pensamento, abertos a todos os tipos de descobertas, aos poucos eles percebem quem é da sua raça, e quem não é, pelas diferenças físicas.
E, como eles tendem a conviver nesses primeiros meses apenas com sua família, geralmente pessoas da mesma raça que eles, eles ficam melhores em entender emoções e expressões dessa raça.
Isso significa que, se um bebê afrodescendente for adotado por uma família caucasiana, provavelmente vai distinguir melhor as expressões de pessoas brancas.
O estudo foi conduzido por Lisa Scott e colegas da Universidade de Massachusetts Amherst, EUA, e publicado no periódico
Developmental Science. Eles estudaram 48 bebês caucasianos que não tinham sido muito expostos a bebês negros nos primeiros meses de vida.
Enquanto monitoravam a atividade cerebral dos bebês, os cientistas testaram suas habilidades de diferenciar duas pessoas da sua própria raça e duas pessoas de outra raça, e também suas habilidades de ver expressões emocionais como feliz ou triste, e se elas correspondiam a atitudes como chorar ou rir.
Os bebês de 5 meses diferenciavam todas as pessoas da mesma forma, da sua própria raça ou de outra. Também, ao analisar as expressões de qualquer pessoa de qualquer raça, utilizavam uma única parte do cérebro.
Já os bebês mais velhos, de 9 meses, eram melhores em diferenciar pessoas de sua própria raça. E quando eles analisavam expressões, o cérebro mudou a região na qual processa essa informação, inclusive operando diferentemente quando eles processavam expressões de pessoas de sua própria raça ou de outra raça.
Isso significa que, conforme os bebês crescem, se tornam mais especializados em certas tarefas.
Esse processo é bem parecido com o de aprender uma linguagem. Quando os bebês são muito novos e ainda não sabem separar a relevância dos sons, eles dão a mesma atenção a todos. Mais tarde, quando já entendem melhor os sons que fazem parte da língua que escutam, eles se tornam mais seletivos, desenvolvendo meios de diferenciar os sons relevantes e os não relevantes.
Seguindo esse pensamento, muitos poderiam dizer que as crianças já nascem preconceituosas, preferindo prestar mais atenção a sua própria raça. Não é bem assim. Como já foi dito, os bebês na verdade estão prestando mais atenção a sua própria família, não necessariamente a uma raça em particular.
Mas esse fenômeno pode explicar porque o preconceito persiste em alguns adultos que têm o pensamento de que todos de uma outra raça parecem iguais.
O conselho dos pesquisadores para os pais é que eles criem seus filhos em um ambiente diversificado. Assim, o bebê será obrigado a ser um “generalista”, e não um “especialista”, pelo menos no que se trata da aparência das pessoas.

Claro que você também precisa educá-lo bem, para que ele entenda que todos são iguais, não fisicamente, mas no que diz respeito aos direitos e deveres. Assim, mais tarde na vida, ele será uma pessoa mais flexível com menos chances de perceber alguém como diferente de si
Fonte: Hypescience.     

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Chefe bom é chefe culpado

Que quase ninguém gosta do próprio chefe, talvez não seja novidade. E se o seu chefe é daqueles mais tímidos e menos extrovertidos, talvez esteja no campo dos que nós até gostamos um pouco. Porque nesse caso, a chance dele ter um sentimento de culpa é maior, e isso é bom (pelo menos nesse caso).
Um estudo da Universidade de Stanford mostra que pessoas com mais sensação de culpa e mais introvertidas acabam se tornando lideres. Isso porque os outros, de maneira um tanto inconsciente, acabam vendo nelas pessoas com mais aparência de responsabilidade e abertura para as opiniões alheias.
De acordo com os pesquisadores, a característica que mais apareceu como sinal de liderança é sentir-se culpado o suficiente para querer concertar um problema. Se o chefe for preguiçoso ou do tipo “deixa pra lá”, esse pode ser o motivo da sua antipatia por ele.
“Se as pessoas se sentem culpadas em relação às suas empresas, elas vão se comportar de maneira a garantir as expectativas da organização. E esses comportamentos talvez não pareçam com o que normalmente pensamos como culpa”, afirma a pesquisadora Becky Schaumberg.
Mas, será que os chefes são tão mal vistos?
Parece que sim. Uma pesquisa feita pela empresa de administração DDI, com 1.200 empregados integrais, mostrou que uma pessoa em cada três pensa que o chefe não faz um bom trabalho. E a coisa vai mais além: cerca de metade afirmou que faria o trabalho melhor!
A principal causa para a insatisfação foi a falta de ouvidos dos chefes. De acordo com os empregados revoltados, os chefes nunca, ou quase nunca, escutavam os problemas relacionados ao trabalho. 60% também disse que os superiores, de alguma maneira, haviam feito mal para suas autoestimas, e 40% afirmou ter deixado um trabalho antigo por conta do chefe.
Você é um chefe e está lendo esse texto? Então vamos parar um pouco de reclamar e dar um conselho: humildade. “Líderes de todo o mundo acreditam que admitir os erros, observar as forças das pessoas e ter facilidade em ensinar são o núcleo da liderança humilde, e anúncios fortes da força do crescimento do líder e da organização”, afirma Bradley Owens, da Universidade de Wisconsin-Milwaukee, que também estuda o assunto
Fonte: LiveScience.

As 5 piores trapalhadas do cérebro

Nosso cérebro é um dos sistemas mais perfeitos da natureza. Mesmo assim, como tudo nessa vida, ele também está sujeito à panes. Algumas situações simplesmente o impedem de funcionar como o esperado. Mas não é culpa dele. Confira essa lista de pequenas sabotagens cerebrais - e a explicação científica por trás delas.
Amnésia Instântanea - Você já entrou em uma sala sem fazer a menor idéia do que você foi fazer lá? Culpa das portas. Psicólogos da Universidade de Notre Dame descobriram que, ao passar por uma porta, nossa mente separa os pensamentos da sala anterior e prepara uma espécie de folha em branco para o novo ambiente. Essa ação, chamada de “fronteira evento”, nos ajuda a organizar a linha de raciocínio conforme caminhamos por diferentes locais. Será que ajuda mesmo?
Barulhinho Ruim - Nossa vida cotidiana está cheia de barulhinhos, um mais irritante que o outro. Os aparatos tecnológicos, os meios de transporte, o alarme que te acorda pela manhã: se incomodar com um som alto e repetitivo é tarefa diária. Esses tipos de barulho são tão perturbadores, porque causam pequenas falhas cerebrais toda vez que os ouvimos. A explicação científica é que nossa espécie não evoluiu ouvindo esse tipo de ruído. Os sons presentes na natureza são resultado de uma transferência de energia que vai se dissipando aos poucos. O alarme do carro que disparou bem embaixo da sua janela, de madrugada, não. Ele não muda e nem diminui com o tempo, fazendo com que seu cérebro tente entender o que é da onde vem esse som perturbador.
Imagem e Semelhança - Difícil acreditar, mas nosso cérebro tem sérias dificuldades em compreender uma foto. Ele não lida muito bem com o fato de uma foto ser a reprodução de um objeto, e não o objeto em si. O mesmo acontece com fotos de pessoas: estudos comprovam que nós temos um aproveitamento muito maior em acertar dardos em fotos de Hitler do que em imagens de bebês sorridentes. Nossa mira melhora quando devemos destruir alguém que nos desperta ódio, mesmo que esse alguém esteja apenas impresso no papel. O mesmo estudo mostra que as pessoas tendem a suar mais que o comum quando solicitadas a despedaçar a foto de um objeto que era importante para elas durante a infância.
Vibrações do Além - Se você sente seu celular vibrando a todo o momento, mesmo quando ninguém te ligou ou enviou mensagens, você provavelmente experimentou um fenômeno chamado vibrações fantasma, apenas mais uma trapalhada do nosso querido cérebro. Assim como as outras falhas, precisamos voltar para o passado para entender o que as motiva. Centenas de milhares de anos atrás, o canto dos nossos olhos confundia pedaços curvilíneos de pau com cobras potencialmente ameaçadoras. Hoje, qualquer ronco do nosso estômago ou farfalhar de um tecido com outro provoca esse mesmo estado de alerta. Apesar de equivocada, a intenção do cérebro é boa: dar sentido ao caos sensorial que permeia nossas vidas.
Espirro Luminoso - A cada quatro pessoas, uma espirra quando olha diretamente para uma luz muito brilhante. Apesar de relativamente comum, esse fenômeno é pouco compreendido pelos cientistas. O que se sabe é que o espirro normalmente é causado quando algo “irritante” entra em nosso nariz. Outra reação conhecida é o encolhimento das nossas pupilas em um ambiente muito iluminado. A hipótese é que esses reflexos se misturam pelas complexas vias neuronais, fazendo com que a luz forte provoque ambas as reações.

Quem é mais honesto nos negócios: mulheres ou homens?

A resposta não é nenhum pouco surpreendente: mulheres. E, sendo uma delas, posso atestar com total imparcialidade que nós maravilhosas somos mesmo pessoas super sérias e nenhum pouco manipuladoras.
Mas do que vale minha palavra, não? Em todo caso, vocês não precisam dela. A ciência é que disse: segundo uma nova pesquisa, quando tiver que fazer negócios, a melhor coisa é procurar uma dama.
Claro que não podemos generalizar. Você só vai descobrir se alguém não é ético depois de ser passado para trás por ele. Mas se tiver que brincar com suas chances, a probabilidade aponta que você está mais seguro ao lado de uma mulher.
A pesquisa, feita por Laura Kray da Universidade da Califórnia em Berkeley, EUA, e por Michael Haselhuhnof da Universidade do Winconsin em Milwaukee, EUA, envolveu 115 estudantes universitários de negócios, homens e mulheres.
Por se tratar de um universo específico, os autores explicam que os resultados podem não ser tão extremos na vida real.
Mas como estudantes de negócios geralmente trabalham no mundo de negócios mais tarde, é praticamente com esse cenário que você vai se deparar.
Os pesquisadores perceberam que os homens estavam muito mais dispostos a disfarçar a realidade (vulgo mentir) que as mulheres. Eles também eram menos propensos a aceitar o mesmo comportamento de outras pessoas (ah, o senso de justiça masculino).
Quando era do seu interesse, os homens mentiam mais sobre ofertas competitivas, não tinham tanto medo de fazer falsas promessas nem de disfarçar ou manipular informações relevantes. As mulheres não aceitavam tais atitudes.
“Os homens justificavam mais facilmente a má conduta moral, minimizando as suas consequências com desculpas. Também descobrimos um padrão robusto pelo qual os homens são mais pragmáticos em seu raciocínio ético na mesa de negociação que as mulheres”, disseram os cientistas. Isso é a mesma coisa que dizer que os homens têm um senso de justiça mais “flexível”.
O mais interessante é o porquê desse comportamento masculino. Aparentemente, os homens fazem qualquer coisa para atestar sua masculinidade. Quando se sentem ameaçados, eles ficam mais agressivos e aceitam recorrer a qualquer tipo de manobra para saírem ganhando. É nessas horas que percebemos que também somos animais, tão próximos dos macacos (com todo o perdão aos macacos, que não merecem tais comparações).
Então, mulheres são negociantes mais éticas. Outros estudos também indicam que somos melhores chefes, porque somos mais democráticas e permitimos que os funcionários participem na tomada de decisões, estabelecendo canais de comunicação interpessoais.
Fonte: Hypescience.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Linha Mágica

"Era uma vez uma viúva que tinha um filho chamado Pedro. O menino era forte e são, mas não gostava de ir à escola e passava o tempo todo sonhando acordado.
- Pedro, com o que você está sonhando a uma hora destas? - perguntava-lhe a professora.
- Estava pensando no que serei quando crescer - respondia ele.
- Seja paciente. Há muito tempo para pensar nisso. Depois de crescido, nem tudo é divertimento, sabe? - dizia ela.
Mas Pedro tinha dificuldades para apreciar qualquer coisa que estivesse fazendo no momento, e ansiava sempre pela próxima. No inverno, ansiava pelo retorno do verão; e no verão, sonhava com passeios de esqui e trenó, e com as fogueiras acesas durante o inverno. Na escola, ansiava pelo fim do dia, quando poderia voltar para casa; e nas noites de domingo, suspirava dizendo: "Se as férias chegassem logo!" O que mais o entretinha era brincar com a amiga Lise. Era companheira tão boa quanto qualquer menino, e a ansiedade de Pedro não a afetava, ela não se ofendia. "Quando crescer, vou casar-me com ela", dizia Pedro consigo mesmo.
Costumava perder-se em caminhadas pela floresta, sonhando com o futuro. Ás vezes, deitava-se ao sol sobre o chão macio, com as mãos postas sob a cabeça, e ficava olhando o céu através das copas altas das árvores. Uma tarde quente, quando estava quase caindo no sono, ouviu alguém chamando por ele. Abriu os olhos e sentou-se. Viu uma mulher idosa em pé à sua frente. Ela trazia na mão uma bola prateada, da qual pendia uma linha de seda dourada.
- Olhe o que tenho aqui, Pedro - disse ela, oferecendo-lhe o objeto.
- O que é isso? - perguntou, curioso, tocando a fina linha dourada.
- É a linha da sua vida - retrucou a mulher. - Não toque nela e o tempo passará normalmente. Mas se desejar que o tempo ande mais rápido, basta dar um leve puxão na linha e uma hora passará como se fosse um segundo. Mas devo avisá-lo: uma vez que a linha tenha sido puxada, não poderá ser colocada de volta dentro da bola. Ela desaparecerá como uma nuvem de fumaça. A bola é sua. Mas se aceitar meu presente, não conte para ninguém; senão, morrerá no mesmo dia. Agora diga, quer ficar com ela?
Pedro tomou-lhe das mãos o presente, satisfeito. Era exatamente o que queria. Examinou-a. Era leve e sólida, feita de uma peça só. Havia apenas um furo de onde saía a linha brilhante. O menino colocou-a no bolso e foi correndo para casa. Lá chegando, depois de certificar-se da ausência da mãe, examinou-a outra vez. A linha parecia sair lentamente de dentro da bola, tão devagar que era difícil perceber o movimento a olho nu. Sentiu vontade de dar-lhe um rápido puxão, mas não teve coragem. Ainda não.
No dia seguinte na escola, Pedro imaginava o que fazer com sua linha mágica. A professora o repreendeu por não se concentrar nos deveres. "Se ao menos", pensou ele, "fosse a hora de ir para casa!" Tateou a bola prateada no bolso. Se desse apenas um pequeno puxão, logo o dia chegaria ao fim. Cuidadosamente, pegou a linha e puxou. De repente, a professora mandou que todos arrumassem suas coisas e fossem embora, organizadamente. Pedro ficou maravilhado. Correu sem parar até chegar em casa. Como a vida seria fácil agora! Todos seus problemas haviam terminado. Dali em diante, passou a puxar a linha, só um pouco, todos os dias. Entretanto, logo apercebeu-se que era tolice puxar a linha apenas um pouco todos os dias. Se desse um puxão mais forte, o período escolar estaria concluído de uma vez. Ora, poderia aprender uma profissão e casar-se com Lise. Naquela noite, então, deu um forte puxão na linha, e acordou na manhã seguinte como aprendiz de um carpinteiro da cidade. Pedro adorou sua nova vida, subindo em telhados e andaimes, erguendo e colocando a marteladas enormes vigas que ainda exalavam o perfume da floresta. Mas às vezes, quando o dia do pagamento demorava a chegar, dava um pequeno puxão na linha e logo a semana terminava, já era a noite de sexta-feira e ele tinha dinheiro no bolso.
Lise também mudara-se para a cidade e morava com a tia, que lhe ensinava os afazeres do lar. Pedro começou a ficar impaciente acerca do dia em que se casariam. Era difícil viver tão perto e tão longe dela, ao mesmo tempo. Perguntou-lhe, então, quando poderiam se casar.
- No próximo ano - disse ela. - Eu já terei aprendido a ser uma boa esposa.
Pedro tocou com os dedos a bola prateada no bolso.
- Ora, o tempo vai passar bem rápido - disse, com muita certeza.
Naquela noite, não conseguiu dormir. Passou o tempo todo agitado, virando de um lado para outro na cama. Tirou a bola mágica que estava debaixo do travesseiro. Hesitou um instante; logo a impaciência o dominou, e ele puxou a linha dourada. Pela manhã, descobriu que o ano já havia passado e que Lise concordara afinal com o casamento. Pedro sentiu-se realmente feliz.
Mas antes que o casamento pudesse realizar-se, recebeu uma carta com aspecto de documento oficial. Abriu-a, trêmulo, e leu a noticia de que deveria apresentar-se ao quartel do exército na semana seguinte para servir por dois anos. Mostrou-a, desesperado, para Lise.
- Ora - disse ela -, não há o que temer, basta-nos esperar. Mas o tempo passará rápido, você vai ver. Há tanto o que preparar para nossa vida a dois!
Pedro sorriu com galhardia, mas sabia que dois anos durariam uma eternidade para passar.
Quando já se acostumara à vida no quartel, entretanto, começou a achar que não era tão ruim assim. Gostava de estar com os outros rapazes, e as tarefas não eram tão árduas a princípio. Lembrou-se da mulher aconselhando-o a usar a linha mágica com sabedoria e evitou usá-la por algum tempo. Mas logo tornou a sentir-se irrequieto. A vida no exército o entediava com tarefas de rotina e rígida disciplina. Começou a puxar a linha para acelerar o andamento da semana a fim de que chegasse logo o domingo, ou o dia da sua folga. E assim se passaram os dois anos, como se fosse um sonho.
Terminado o serviço militar, Pedro decidiu não mais puxar a linha, exceto por uma necessidade absoluta. Afinal, era a melhor época da sua vida, conforme todos lhe diziam. Não queria que acabasse tão rápido assim. Mas ele deu um ou dois pequenos puxões na linha, só para antecipar um pouco o dia do casamento. Tinha muita vontade de contar para Lise seu segredo; mas sabia que se contasse, morreria.
No dia do casamento, todos estavam felizes, inclusive Pedro. Ele mal podia esperar para mostrar-lhe a casa que construíra para ela. Durante a festa, lançou um rápido olhar para a mãe. Percebeu, pela primeira vez, que o cabelo dela estava ficando grisalho. Envelhecera rapidamente. Pedro sentiu uma pontada de culpa por ter puxado a linha com tanta freqüência. Dali em diante, seria muito mais parcimonioso com seu uso, e sé a puxaria se fosse estritamente necessário.
Alguns meses mais tarde, Lise anunciou que estava esperando um filho. Pedro ficou entusiasmadíssimo, e mal podia esperar. Quando o bebê nasceu, ele achou que não iria querer mais nada na vida. Mas sempre que o bebê adoecia ou passava uma noite em claro chorando, ele puxava a linha um pouquinho para que o bebê tornasse a ficar saudável e alegre.
Os tempos andavam difíceis. Os negócios iam mal e chegara ao poder um governo que mantinha o povo sob forte arrocho e pesados impostos, e não tolerava oposição. Quem quer que fosse tido como agitador era preso sem julgamento, e um simples boato bastava para se condenar um homem. Pedro sempre fora conhecido por dizer o que pensava, e logo foi preso e jogado numa cadeia. Por sorte, trazia a bola mágica consigo e deu um forte puxão na linha. As paredes da prisão se dissolveram diante dos seus olhos e os inimigos foram arremessados à distância numa enorme explosão. Era a guerra que se insinuava, mas que logo acabou, como uma tempestade de verão, deixando o rastro de uma paz exaurida. Pedro viu-se de volta ao lar com a família. Mas era agora um homem de meia-idade.
Durante algum tempo, a vida correu sem percalços, e Pedro sentia-se relativamente satisfeito. Um dia, olhou para a bola mágica e surpreendeu-se ao ver que a linha passara da cor dourada para a prateada. Foi olhar-se no espelho. Seu cabelo começava a ficar grisalho e seu rosto apresentava rugas onde nem se podia imaginá-las. Sentiu um medo súbito e decidiu usar a linha com mais cuidado ainda do que antes. Lise dera-lhe outros filhos e ele parecia feliz como chefe da família que crescia. Seu modo imponente de ser fazia as pessoas pensarem que ele era algum tipo de déspota benevolente. Possuía um ar de autoridade como se tivesse nas mãos o destino de todos. Mantinha a bola mágica bem escondida, resguardada dos olhos curiosos dos filhos, sabendo que se alguém a descobrisse, seria fatal.
Cada vez tinha mais filhos, de modo que a casa foi ficando muito cheia de gente. Precisava ampliá-la, mas não contava com o dinheiro necessário para a obra. Tinha outras preocupações, também. A mãe estava ficando idosa e parecia mais cansada com o passar dos dias. Não adiantava puxar a linha da bola mágica, pois isto sé aceleraria a chegada da morte para ela. De repente, ela faleceu, e Pedro, parado diante do túmulo, pensou como a vida passara tão rápido, mesmo sem fazer uso da linha mágica.
Uma noite, deitado na cama, sem conseguir dormir, pensando nas suas preocupações, achou que a vida seria bem melhor se todos os filhos já estivessem crescidos e com carreiras encaminhadas. Deu um fortíssimo puxão na linha, e acordou no dia seguinte vendo que os filhos já não estavam mais em casa, pois tinham arranjado empregos em diferentes cantos do país, e que ele e a mulher estavam sós. Seu cabelo estava quase todo branco e doíam-lhe as costas e as pernas quando subia uma escada ou os braços quando levantava uma viga mais pesada. Lise também envelhecera, e estava quase sempre doente. Ele não agüentava vê-la sofrer, de tal forma que lançava mão da linha mágica cada vez mais freqüentemente. Mas bastava ser resolvido um problema, e já outro surgia em seu lugar. Pensou que talvez a vida melhorasse se ele se aposentasse. Assim, não teria que continuar subindo nos edifícios em obras, sujeito a lufadas de vento, e poderia cuidar de Lise sempre que ela adoecesse. O problema era a falta de dinheiro suficiente para sobreviver. Pegou a bola mágica, então, e ficou olhando. Para seu espanto viu que a linha não era mais prateada, mas cinza, e perdera o brilho. Decidiu ir para a floresta dar um passeio e pensar melhor em tudo aquilo.
Já fazia muito tempo que não ia àquela parte da floresta. Os pequenos arbustos haviam crescido, transformando-se em árvores frondosas, e foi difícil encontrar o caminho que costumava percorrer. Acabou chegando a um banco no meio de uma clareira. Sentou-se para descansar e caiu em sono leve. Foi despertado por uma voz que chamava-o pelo nome: "Pedro! Pedro!"
Abriu os olhos e viu a mulher que encontrara havia tantos anos e que lhe dera a bola prateada com a linha dourada mágica. Aparentava a mesma idade que tinha no dia em questão, exatamente igual. Ela sorriu para ele.
- E então, Pedro, sua vida foi boa? - perguntou.
- Não estou bem certo - disse ele. - Sua bola mágica é maravilhosa. Jamais tive que suportar qualquer sofrimento ou esperar por qualquer coisa em minha vida. Mas tudo foi tão rápido. Sinto como se não tivesse tido tempo de apreender tudo que se passou comigo; nem as coisas boas, nem as ruins. E agora falta tão pouco tempo! Não ouso mais puxar a linha, pois isto só anteciparia minha morte. Acho que seu presente não me trouxe sorte.
- Mas que falta de gratidão! - disse a mulher. - Como você gostaria que as coisas fossem diferentes?
- Talvez se você tivesse me dado uma outra bola, que eu pudesse puxar a linha para fora e para dentro também. Talvez, então, eu pudesse reviver as coisas ruins.
A mulher riu-se. - Está pedindo muito! Você acha que Deus nos permite viver nossas vidas mais de uma vez? Mas posso conceder-lhe um último desejo, seu tolo exigente.
- Qual? - perguntou ele.
- Escolha - disse ela. Pedro pensou bastante. Depois de um bom tempo, disse: - Eu gostaria de tornar a viver minha vida, como se fosse a primeira vez, mas sem sua bola mágica. Assim poderei experimentar as coisas ruins da mesma forma que as boas sem encurtar sua duração, e pelo menos minha vida não passará tão rápido e não perderá o sentido como um devaneio.
- Assim seja - disse a mulher. - Devolva-me a bola. Ela esticou a mão e Pedro entregou-lhe a bola prateada. Em seguida, ele se recostou e fechou os olhos, exausto.
Quando acordou, estava na cama. Sua jovem mãe se debruçava sobre ele, tentando acordá-lo carinhosamente.
- Acorde, Pedro. Não vá chegar atrasado na escola. Você estava dormindo como uma pedra!
Ele olhou para ela, surpreso e aliviado.
Tive um sonho horrível, mãe. Sonhei que estava velho e doente e que minha vida passara como num piscar de olhos sem que eu sequer tivesse algo para contar. Nem ao menos algumas lembranças.
A mãe riu-se e fez que não com a cabeça.
Isso nunca vai acontecer disse ela. As lembranças são algo que todos temos, mesmo quando velhos. Agora, ande logo, vá se vestir. A Lise está esperando por você, não deixe que se atrase por sua causa.
A caminho da escola em companhia da amiga, ele observou que estavam em pleno verão e que fazia uma linda manhã, uma daquelas em que era ótimo estar vivendo. Em poucos minutos, estariam encontrando os amigos e colegas, e mesmo a perspectiva de enfrentar algumas aulas não parecia tão ruim assim. Na verdade, ele mal podia esperar."
Lenda francesa.

Fórmula matemática para esposa perfeita

A ciência diz que a noiva deve ser cinco anos mais nova que o noivo, ser da mesma cultura, e ser mais inteligente do que o marido para o casamento dar certo. Essa fórmula faria a união ser bem sucedida, de acordo com uma pesquisa.
O estudo analisou 1074 casais com idades entre 19 e 75 anos para descobrir que fatores sociais eram mais importantes em um relacionamento longo e duradouro. Além da noiva ser mais nova que seu marido e de eles terem a mesma cultura social, um fator que surpreendeu os pesquisadores é que ela deve ser mais inteligente que o noivo – foi percebido que quando as mulheres possuíam mais formação que os homens o casamento era mais feliz.
De acordo com os cientistas, se essas “regrinhas” forem seguidas, as chances do casamento ter sucesso sobem para 20%.
Alguns especialistas acreditam que a premissa de que a mulher deve ser mais inteligente no relacionamento é óbvia. Segundo Kate Figes, expert em relacionamentos, a mulher, quando se trata de um namoro ou de um casamento, sempre é mais inteligente nessa área do que os homens, afinal ela que possui o controle sobre a relação.
Mas ela avisa que os homens não devem se resignar e serem passivamente inativos. Figes diz que eles devem saber que, para o relacionamento dar certo, eles precisam se esforçar e fazer com que sua mulher seja mais feliz.
De acordo com Linda Blair, psicóloga especializada em relacionamentos, há uma razão evolucionária para que as mulheres sejam mais inteligentes do que os homens. Enquanto, na pré-história, os nossos “avôs” deveriam espalhar sua semente por aí e gerar o maior número de herdeiros possível, nossas ancestrais deveriam investir em cada relacionamento, já que elas precisavam escolher o parceiro ideal e carregar sua cria por nove meses, depois criá-la.
Então elas precisavam se empenhar, intelectualmente, em uma relação, chamando a atenção do macho mais interessante e depois mantendo o interesse dele por elas.
A descoberta menos surpreendente foi que, quando um dos noivos já havia se divorciado anteriormente, as chances de que o novo casamento fossem dar certo eram menores.
Fonte: Hypescience.

Pensar na morte pode ser bom para você

Ninguém gosta de pensar sobre o assunto, mas o fato é que um dia não estaremos mais aqui. E, segundo a ciência, refletir sobre a nossa condição de “mortais” pode nos estimular (tanto de forma consciente quanto inconsciente) a buscar uma vida melhor.
Existe uma teoria chamada “Teoria do gerenciamento do medo” que afirma que ter consciência de que a morte é inevitável motiva as pessoas a buscarem identificação em causas “maiores” do que elas. Por exemplo, ao ter noção de que um dia você não estará mais aqui, você pode pensar em escrever um livro, para deixar uma mensagem para as próximas gerações, ou criar uma organização filantrópica. A ideia é que, ao ver como somos limitados, somos estimulados a superar essa condição, de formas alternativas.
O cientista da Universidade de Missouri, Kenneth Vail, usa como exemplo o atentado de 11 de setembro. “As pessoas ficaram tocadas pela violência do atentado e lembraram como suas vidas eram frágeis. O fato teve inúmeras conseqüências ruins, mas pesquisas mostraram que ele também levantou valores como esperança e vontade de mudar”, explica.
A consciência da morte também tem vantagens “a curto prazo”. Uma pesquisa publicada na revista Personality and Social Psychology Review mostra que, quando tem essa noção, os indivíduos cuidam melhor da saúde e buscam viver com mais calma.
Fonte: LiveScience.