quinta-feira, 17 de maio de 2012

Quando a ansiedade é sua amiga

Todo mundo é ansioso, não adianta querer escapar. Inimigo quando toma conta do corpo e da mente, o sentimento de alerta diante dos desafios também pode ser um aliado. Descubra como identificar a ansiedade em excesso e vire o jogo ao seu favor.
Uma espécie de alarme natural contra as ameaças externas, a ansiedade cumpriu a função de proteger nossos ancestrais ao longo da evolução. Aqueles que não sentiam um frio na barriga antes de situações perigosas provavelmente foram vítimas da própria imprudência — mortos por terem calculado mal os riscos diante de predadores. Quem sobreviveu certamente sentia as mãos suadas, o frio na barriga e a excitação (principais sintomas da ansiedade) diante do desafio, e perpetuaram a espécie.
Apesar das evidências dos benefícios evolutivos de um nível de ansiedade moderado, o assunto causa certa confusão — ela é boa ou ruim? Afinal de contas, os transtornos de ansiedade são uma espécie de epidemia social. Estima-se que de 3% a 5% das pessoas sofram de algum distúrbio ligado à ansiedade, como o transtorno obsessivo-compulsivo, fobias e síndrome do pânico. Os números variam de um país para outro, mas não é exagero dizer que a ansiedade está na origem do grupo mais comum de doenças mentais no mundo.
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria que mapeou a prevalência de doenças na população brasileira constatou que entre 8% e 18% tinha transtornos de ansiedade na década de 1990, colocando esse tipo de distúrbio na liderança das doenças mentais no Brasil. Com tantos números que comprovam os prejuízos da ansiedade, é fácil entender por que a encaramos mais como inimiga do que aliada. Mas, embora os sintomas da ansiedade apareçam diariamente para todo mundo, também é verdade que para a maioria da população isso não chega a virar um distúrbio. Ou seja, por que só parte da população desenvolve uma doença enquanto um grande grupo convive em harmonia com esse estado de atenção? Porque a ansiedade, o medo e o estado de alerta existem para nos preparar e proteger.
DESAFIOS PESSOAIS
Às vésperas do casamento, do nascimento de um filho ou durante a doença de alguém querido, dividir a angústia e se distrair são boas estratégias para evitar que a nossa mente fique repassando as previsões pessimistas em looping. “Quando a pessoa sentir que não tem controle sobre o seu nível de ansiedade é porque ela pode disparar, deixando a pessoa muito assustada”, alerta Ana Maria Rossi, presidente da Isma (International Stress Management Association) no Brasil.
APROVEITE O ESTADO DE ALERTA: Use a energia extra que antecede o casamento para os preparativos. Você está esperando a resposta de um novo emprego e não consegue ficar quieto? Aproveite para queimar umas calorias na academia. Preocupado com os efeitos de uma situação na família? Antecipe os problemas e converse com os envolvidos.
EVITE QUE ELA ATRAPALHE: Técnicas de relaxamento e respiração acalmam, pratique regularmente. E conte com os amigos. Além de ajudarem a dissipar a ansiedade, eles podem oferecer um ponto de vista diferente que pode ajudar a desviar os pensamentos negativos.

EM PÚBLICO
Antes de participar de um evento, apresentar um trabalho a um cliente ou falar para uma plateia, dominar o tema são medidas cruciais. Mas os cuidados não param aí. Também não adianta virar a noite: com sono, você pode ter aparência cansada e lapsos de memória.
APROVEITE O ESTADO DE ALERTA: Aprenda a transferir a excitação para uma boa entonação da voz e reforçar os gestos. “Artistas canalizam essa ansiedade na tensão do gesto ou da voz para criar um momento mais dramático”, argumenta Ana Maria.
EVITE QUE ELA ATRAPALHE: Carregue só o necessário e faça anotações para evitar confusões. Se você costuma suar muito, tome água e use uma roupa que esconda manchas que podem colocá-lo em situação embaraçosa.
Fonte: Galileu.

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