quarta-feira, 8 de maio de 2013

Quando vale fazer sacrifícios pelo seu relacionamento amoroso?


É comum a ideia de que relacionamentos envolvem muitos sacrifícios e que o amor exige abrir mão de certas coisas e fazer outras que não queremos. Embora isso de fato possa ser bom (e necessário) às vezes, a ciência mostra que a coisa não deve ser sempre assim.
Imagine a cena: você chega em casa depois de um dia de trabalho e vê que a pia está cheia de louça. É o dia do seu namorado (a) lavar, mas ele (a) não fez isso. Mas, como você sabe que ele (a) teve um dia muito cansativo, decide pegar a esponja e fazer o pequeno sacrifício de lavar tudo. Fofo. Mas e se você também teve um dia cansativo e estressante?
Segundo um estudo recente da Universidade do Arizona, publicado no Journal of Social and Personal Relationships, é aí que está o problema. Sob a coordenação da pesquisadora Casey Totenhagen, foram avaliados 164 casais, casados ou não, mas que estavam juntos por períodos que variavam entre seis meses e 44 anos.
No total, foram 328 pessoas que tiveram de responder a um questionário, todos os dias durante uma semana, indicando os pequenos sacrifícios diários que precisaram fazer por seus parceiros românticos em 12 categorias (que incluíam coisas como o cuidado com os filhos e tarefas de casa), bem como o número de aborrecimentos que tiveram e o quanto foram afetados por eles. Então, cada participante classificava, em uma escala de um a sete, o nível de comprometimento e satisfação com seu relacionamento amoroso e quão próximo se sentiu a seu parceiro naquele dia.
Resultado
O estudo mostrou que os indivíduos que fizeram sacrifícios de fato diziam se sentir mais comprometidos com seus parceiros – mas só quando estavam em um dia bom. Quando eles eram feitos no fim de um dia muito estressante, isso não acontecia. Nestes casos, o ato, que deveria ser uma coisa legal e com o objetivo de melhorar a qualidade do relacionamento, virava só mais um fardo.
E tem mais: a pessoa que está recebendo a boa ação também não relatou se sentir mais comprometida – provavelmente porque ela não percebeu o que foi feito. Então olha quanta desvantagem: quem faz fica mais cansado e não deriva prazer nenhum disso, e ainda precisa lidar com a frustração de o parceiro nem sequer notar o esforço.
Fica a lição: “[Por mais apaixonado (a) que esteja,] você precisa ser consciente em relação aos recursos [incluindo energia física e mental] que tem antes de fazer esses sacrifícios no fim do dia”, diz Totenhagen.
Coisas que afetam a qualidade do relacionamento
No que diz respeito à satisfação com o relacionamento e ao sentimento de proximidade, fazer sacrifícios para o parceiro parece ter pouca influência de uma forma ou de outra (ou seja, estando cansado ou não). O que realmente fez diferença foram os problemas diários relatados por cada um. Nesse caso, os aborrecimentos vividos por um dos parceiros afetaram significativamente a ambos.
Essas constatações, segundo Totenhagen, apoiam outros estudos já feitos, sugerindo que as pessoas não costumam ser muito boas em separar os diferentes aspectos de suas vidas – como trabalho e vida pessoal. “Se eu tiver um dia terrível no trabalho, vou voltar para casa mal-humorada e, provavelmente, não terei energia para interações positivas e de boa qualidade com o meu parceiro”, disse.
Assim, ela defende que os casais se esforcem em lidar com os aborrecimentos diários juntos. “Mesmo se eu tiver experiências estressantes que não envolvam o meu parceiro, ele ainda poderá ser afetado – daí a importância de trabalharmos juntos para superar esses problemas”, explica.
Fonte: Medical Xpress.

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