A figura bíblica de Noé talvez não seja a única a emergir nas ondas dos dilúvios apocalípticos. Histórias de grandes inundações durante os primórdios da história humana são contadas por tibetanas, índios americanos e outras culturas.
O livro The Rocks Don't Lie: A Geologist Investigates Noah's Flood (“As pedras não mentem, um geólogo investiga o dilúvio de Noé”), de David Montgomery, da Universidade de Washington, analisa os fatos científicos por atrás da mitologia. Recentemente, Discover Magazine repimprimiu um trecho do livro.
Durante a Era do Gelo, o avanço e o recuo dos mantos de gelo alteraram o nível do mar e criaram lagos que ficaram encapsulados atrás de geleiras ou barragens de escombros. Com o tempo, as geleiras derreteram ou os lagos transbordaram, erodindo as estruturas. Em outros locais, o mar foi contido por diques naturais, que desmoronaram quando a água os engolfou.
Tibete: Segundo os tibetanos, o mestre budista Padmasambhava, conhecido como Guru Rinpoche, pacificou os antigos demônios do Tibete. Um desses demônios viviam em um lago criado pelo Rio Tsangpo. Depois que Guru Rinpoche derrotou o demônio, o lago foi drenado, expondo terras férteis.
Estados Unidos: Um lago profundo, formado por geleiras, transformou os vales montanhosos do leste de Washington em dois lagos gigantescos. Entre 15.000 e 13.000 anos atrás, os lagos transbordaram ao menos 25 vezes. As torrents esculpiram cânions singulares e deslocaram rochas do tamanho de casas por centenas de quilômetros.
Golfo Pérsico: Outros pesquisadores encontraram evidências de inundações enormes, no lugar certo para inspirar a história bíblica de Noé e o dilúvio.
As águas do Golfo Pérsico podem ocultar um dos maiores e mais antigos redutos da humanidade fora da África, segundo artigo do arqueólogo de Jeffery Rose publicado na revista Current Anthropology. Um oásis verdejante proporcionada aos humanos um santuário do tamanho da Grã-Bretanha de 74.000 anos a 8.000 anos atrás. Após esse período, as águas do mar atravessaram as barreiras naturais e inundaram a região.
“Sem dúvida, há evidências convincentes que sugerem que tanto o mito do Éden como do dilúvio podem ser te originado nesses eventos na bacia do Golfo. Quando analisamos o mito do dilúvio a partir do Gênesis, ele é praticamente idêntico entre os babilônicos e sumérios (que viveram no sul da Mesopotâmia/litoral norte do Golfo) por volta de 2.500 a.C, quando a escrita passou a contar ser usada para contar histórias”, explicou Rose ao Discovery Notícias.
Fonte: Discovery.
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