Eu adoro vasculhar a origem de palavras e expressões populares, por isso decidi compartilhar com vocês algumas descobertas sobre o berço de algumas expressões. Em 2007 eu comprei um livro chamado “O pulo do gato” do escritor Marcio Coltrim, e recomendo tal livro à todos que assim como eu, tenham curiosidade sobre a origem de várias expressões. Abaixo vou listar as que eu considerei mais interessantes.
1-“Quem não tem cão caça com gato”.
O correto é “Quem não tem cão caça como gato”, quando não se pode lutar abertamente é melhor fazer uso da astúcia, como faz o gato. Não é a lei do mais forte e sim do mais esperto.
2-“Ficar a ver navios”.
Em 1578 houve uma batalha de Alcácer-Quibir, nela o rei de Portugal comandou um exército de 16 mil homens contra 40 mil mouros. Foi uma carnificina, depois de horas de combate o rei desapareceu e por mais que seu corpo fosse procurado ele nunca foi encontrado. O sumiço deu origem a crença que o rei não teria morrido e um dia voltaria. Multidões passaram meses no cais de Lisboa a ver navios na expectativa do retorno do rei. A expressão traduz frustrações.
3-“Fazer nas coxas”.
Não é o que você está pensando... É que antigamente as telhas de barro eram feitas com o molde das coxas dos escravos. Como alguns tinham coxas finas e outros mais grossas, o telhado não ficava uniforme. Daí surgiu a expressão, ou seja, como resultado irregular, improvisado e deficiente.
4-“Mão na roda”.
Quando as viaturas possuíam tração animal e atolavam nas estradas não havia melhor solução do que pedir ajuda as outras pessoas, e todos colocavam a mão na roda num esforço para tirar o veículo da lama.
5-“No tempo do onça”.
Durante sete anos entre 1725 e 1732, o Rio de Janeiro foi governado pelo capitão Luis Vahia Monteiro, militar autoritário e ranzinza. Pelo seu temperamento bravo ganhou o apelido de Onça. Ele tornou-se lendário e até hoje quando alguém se refere a alguma coisa acontecida há muito tempo, diz que é do tempo do onça.
6-“Pior cego é aquele que não quer ver”.
Na França em 1647 ocorreu o primeiro transplante de córnea do mundo, num aldeão chamado Angel. A cirurgia foi bem sucedida, só que a surpresa foi que o paciente detestou. Quando passou a enxergar ele ficou horrorizado com o mundo e pediu ao cirurgião que lhe arrancasse os olhos. O caso foi parar nos tribunais e o ex cego ganhou!
7-“Agora é tarde, Inês é morta”.
Esta expressão traduz a inutilidade de ações tardias. Inês de Castro era amante do príncipe Dom Pedro, de quem teve três filhos. Por decisão do rei Afonso IV, a casa real condenou Inês à morte por decapitação, e assim o fizeram. Pouco tempo depois, Dom Pedro se tornou o oitavo rei de Portugal, sua primeira medida foi mandar desenterrar Inês e coroá-la rainha, com toda a pompa do cerimonial. Obrigou os nobres a beijar a mão do cadáver e fazer reverências. Mas aquela altura do campeonato, a homenagem era inútil, Inês estava morta. Da mesma forma, quanta coisa deixa de ser feita e não há como recuperar o tempo perdido. Acho essa história triste e esse cara um frouxo...
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