quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

China proíbe anúncios de presentes de luxo


O governo da China anunciou nesta terça-feira a proibição de anúncios de rádio e TV que incentivem a compra de artigos e presentes de luxo.
A nova medida faz parte de uma campanha de austeridade do governo chinês, que promete combater a desigualdade.
Segundo informações da agência estatal de notícias, Xinhua, o governo justifica a medida ao afirmar que esse tipo de propaganda promove valores incorretos.
Entre os artigos afetados estão relógios caros, moedas de ouro e bebidas alcoólicas.
O ato de presentear, geralmente para obter favores de autoridades, é comum durante o Ano Novo chinês, que começa na próxima semana.
Mas segundo a agência chinesa que fiscaliza rádio, TV e indústria cinematográfica no país, os anúncios em alguns canais têm incentivado as pessoas a presentearem itens de luxo.
Desigualdade
O novo líder do Partido Comunista chinês, Xi Jinping, já ressaltou repetidas vezes a necessidade de combater a corrupção e proibiu demonstrações de extravagância dentro do partido e do Exército.
A crescente desigualdade no país é um tema politicamente sensível, e o Partido Comunista chinês teme que possa ameaçar a estabilidade política da segunda maior economia do mundo.
Enquanto muitos chineses enriqueceram nos últimos anos, e uma enorme nova classe média está se formando no país, a lacuna entre os mais ricos e o resto da população é grande e continua crescendo.
O Conselho de Estado da China emitiu novas diretrizes que afirmam que são necessárias reformas para tornar a distribuição de renda mais justa.
O plano inclui aumentar o salário mínimo para 40% da média salarial urbana até 2015.
O governo quer tirar 80 milhões de pessoas da pobreza nos próximos três anos e dobrar a renda dos chineses até 2020.
As gigantes indústrias estatais da China poderão ter de destinar lucros para financiar melhores serviços de saúde, educação e moradia barata.
Ceticismo
A elaboração das novas diretrizes para melhorar a distribuição de renda levou dois anos.
Apesar dos anúncios, alguns observadores permanecem céticos e dizem que o plano contém aspirações mas poucas receitas políticas.
Acredita-se que muitos devem se opor a novos impostos sobre propriedade e herança e a reformas no setor financeiro e no rígido sistema nacional de permissão de residência, que limita as possibilidades de que moradores de zonas rurais migrem para as grandes cidades.
As próprias diretrizes afirmam que a tarefa de tornar a China um lugar mais justo será árdua e complicada, e não será concluída na noite para o dia.
Fonte: BBC.

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