Parece que a ideia de que, para uma relação funcionar, “tem que rolar
uma química” tem um inesperado fundo de verdade.
Em um estudo recente, cientistas demonstraram que as mulheres dão
preferência a perfumes que tenham uma essência semelhante aos seus complexos de
histocompatibilidade, como se quisessem inconscientemente fazer propaganda de
seus sistemas imunológicos.
Perfumes e sistemas imunológicos
Os complexos de histocompatibilidade principais, ou MHC na sigla em
inglês, são como impressões digitais químicas que permitem que o sistema
imunológico detecte quando uma célula é do próprio corpo ou é um elemento
estranho.
Eles parecem ser levados em conta, mesmo que inconscientemente, na
hora de escolher um parceiro, porque a incompatibilidade de sistemas
imunológicos pode levar a filhos com baixa resistência a infecções ou então
doenças autoimunes.
Outras pistas do papel do MHC já surgiram em outras pesquisas, como a
que descobriu que mulheres preferiam camisetas suadas de homens que tinham MHCs
não muito diferentes nem muito semelhantes aos delas. Outro trabalho também
demonstrou que os genes do MHC guiam a escolha do perfume preferido.
Outras coincidências estranhas também intrigavam os cientistas, como o
fato de que todas as populações usam perfume desde que foi inventada a escrita,
e os ingredientes dos perfumes são bastante semelhantes mesmo em culturas
diferentes.
Seu perfume, seu sistema
imunológico
Talvez as pessoas estivessem usando inconscientemente o perfume para
espalhar informações sobre seu sistema imunológico a possíveis parceiros.
Para verificar isto, os cientistas pediram para 22 mulheres aplicarem
quatro versões diferentes de um perfume na axila em duas noites diferentes.
Embora o odor detectado conscientemente dos perfumes fosse idêntico,
cada um continha uma versão diferente de moléculas de MHC.
O teste mostrou que mulheres que não fumavam e não estavam com gripe
tendiam a escolher as misturas que tinham odor semelhante ao do seu próprio
sistema imunológico.
Com esta descoberta, os cientistas dizem que um novo mercado de
produtos químicos científicos que tenham o “odor” do sistema imunológico das
pessoas pode substituir o uso de produtos como o âmbar, produzido de restos de
baleias, ou o amíscar, retirado de secreções de glândulas de veados – produtos
proibidos em países da Europa por provocarem reações alérgicas.
Fonte: LiveScience.
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