sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ciência tenta explicar a paixão

Cientistas analisaram o cérebro de apaixonados num estudo feito pela Universidade de Nova York em Stony Brook, voluntários apaixonados deveriam olhar para algumas fotos enquanto passavam por uma ressonância magnética. Quando uma imagem do amado aparecia, o cérebro dessas pessoas produzia uma reação na parte do órgão responsável pelo nosso senso de motivação e recompensa – a mesma área ativada quando um viciado entra em contato com uma droga. Em outras palavras, você fica, literalmente, viciado em outra pessoa.
Também conhecido como “centro do prazer”, essa área do cérebro é responsável por reconhecer algo que é bom. E, segundo especialistas, o estímulo dessa região para que você encontre alguém que o faça sentir-se bem pode ser até mais poderoso do que o desejo sexual.
Mas assim que a fase da conquista e a empolgação inicial com a nova paixão passa, o cérebro para de agir desta forma? Não completamente. Em outro estudo da Universidade de Nova York, foram feitas ressonâncias magnéticas em casais que estavam juntos, em média, por 21 anos. Quando viam fotos de seus companheiros, a região cerebral ativada não era o “centro do prazer”, mas sim uma região associada ao afeto e a uma ligação de contentamento com recompensas. Ou seja – existe, sim, um declínio na paixão, mas um enorme crescimento na área do cérebro ligada ao companheirismo.
A paixão é hoje um dos principais objetos de estudo científico. Os apaixonados estão na mira de psicólogos, antropólogos, sociólogos e historiadores.
O sociólogo italiano Francesco Alberoni diz que a paixão entre duas pessoas é feita do mesmo combustível que move as grandes revoluções. Entendê-la seria um passo importante na compreensão dos movimentos de massa.
O primeiro estudo sério surgiu há apenas 40 anos. A psicóloga americana Dorothy Tennov examinou 400 apaixonados e concluiu que eles funcionavam todos do mesmo jeito.
Bem, para quem nunca sentiu isso, seguem as descobertas da pesquisa: na presença do objeto da paixão, os apaixonados sentem o coração bater mais rápido e um frio na barriga. Eles passam noites sem dormir e perdem o apetite. "Nesse ponto, a paixão é bem diferente do amor, que é um sentimento muito mais voltado para a estabilidade, sem grandes sobressaltos, que as pessoas não vivem de forma igual", diz Helen Fischer.
Uma pesquisa recente da psiquiatra italiana Donatella Marazziti, da Universidade de Pisa, mostrou que diversas substâncias cerebrais são liberadas quando estamos apaixonados, o que ajuda a explicar, do ponto de vista químico, as noites mal dormidas e a perda de apetite. É tudo culpa de estimulantes naturais como a dopamina e a norepinefrina, produzidas em quantidades maiores que o usual por quem se apaixona. Essas substâncias são as mesmas utilizadas em moderadores de apetite. É por causa dessa revolução química no cérebro, que nenhuma paixão dura muito. Apesar de ser um sentimento delicioso, uma paixão que durasse dez anos acabaria com a vida de um sujeito. Em média, o prazo de validade da paixão é de dois a três anos. Mas isso não é uma regra, já que a paixão por definição é imprevisível.
Para apaixonar-se é preciso estar com o coração predisposto, segundo o psicoterapeuta e psicólogo Eduardo Ferreira Santos, do Serviço de Psicoterapia do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Ao contrário do que diz o senso comum, não nos apaixonamos por acaso. É preciso estar pronto para essa experiência", diz ele. Pessoas com medo de dar esse mergulho no escuro inconscientemente criam barreiras para não se apaixonar.
Mas por que nos apaixonamos por uma pessoa e não por outra?
A ciência ainda não tem resposta para essa pergunta. Mas há pesquisas a respeito. A escolha do objeto da paixão tem explicações mais centradas no coração e na alma do que na ciência.
Geralmente, nos apaixonamos pelas pessoas que correspondem a um conjunto de expectativas que formamos ao longo da vida. Mas cientistas lembram que será impossível explicar por que nos apaixonamos por uma determinada pessoa. "Os motivos são inconscientes, inacessíveis."
O que se sabe até o momento é que paixão e amor são sentimentos totalmente diferentes, enquanto a paixão consome, o amor é estável. Enquanto a paixão não possui preocupações com o outro, o amor é de uma lealdade extrema.
Vou terminar citando uma frase de Paulo Coelho (mas só para deixar claro, não gosto dos livros dele).
“A paixão é algo bom, divertido e que podia enriquecer muito a vida. Mas é diferente do amor. O amor vale qualquer preço e não merece ser trocado por nada. Pelo brilho nos olhos, desde o começo dos tempos, as pessoas reconhecem seu verdadeiro amor.”

Fontes de pesquisa: Revistas: Galileu e Superinteressante. Livro: Anatomia do Amor de Helen Fisher.

Um comentário:

  1. Ola sarah!!!Otima matéria!!!Enfim...Não sabemos se é amor ou se é paixão!!!Mas é muito bom gostar!!Como já disse o Arnaldo Jabor em seu livro Amor é prosa,sexo é poesia.O sexo é escolha,o amor é sorte!!Mas são ilusoes sem as quais não podemos viver!!! La luna!!!

    ResponderExcluir